Zaratustra tinha razão?
Em assim falou Zaratustra, Nietzsche, de forma poética, filosófica e profunda, escreve sobre a necessidade do homem buscar a verdade no reino da terra.
Nietzsche divergia sobre as ideias de Sócrates e Platão, pois a verdade não está lá fora, ou seja, a verdade não reside no mundo das ideias ou no mundo metafísico. A terra é a resposta.
O homem não é um fim em si, mas é uma ponte para algo maior, a saber, o super homem.
Após anos de isolamento acumulando conhecimento e sabedoria, Zaratustra decide voltar a sociedade com o intuito de proclamar o super homem. Em sua odisseia, o personagem incomum encontra muita resistência das pessoas em relação a seus ensinamentos, pois a sociedade buscava a verdade na mitologia, atribuindo assim as suas decisões e suas respectivas existência a Deus. Percebendo que as pessoas alienavam-se na verdade mística, Zaratustra tratou de usar suas parábolas para exemplificar a necessidade de contemplar o reino da terra em vez de perder tempo com o reino dos céus, pois Deus está morto. Em uma de suas parábolas, Zaratustra mostra que para o ser humano trilhar o caminho do super homem é necessário passar por metamorfoses. A primeira etapa é o mais comum. Zaratustra compara o ser humano a um camelo no deserto que carrega o peso de seu senhor. A humilhação perante ao seu Deus já é um grande fardo. Para conseguir chegar na próxima etapa é necessário transforma-se em um leão para desafiar o dragão (Deus), pois esse ser reluz em suas escamas de ouro o lema: tu deves. É necessário matar o dragão que causa alienação e anulação de si. Após matar o dragão, você deve se tornar uma criança para construir novos valores. Crescer no reino da terra, desenvolvendo até se tornar o super homem.
Ao longo do livro, Nietzsche escreve uma passagem em que diz que a compaixão pelos os homens foi o inferno de Deus.
É interessante observar que Nietzsche, que se intitulava anticristo, tinha uma visão ateísta diferente. Como assim? Para os ateus, Deus nunca existiu, já para Nietzsche, Deus existiu, se não fosse assim ele não teria afirmado que Deus morreu, pois só morre quem está vivo.
Um outro ponto interessante é o contexto da época. O século XIX estava fervilhando em racionalismo e evolução científica como ferramentas promissoras na resolução dos problemas existenciais, ironicamente, como se fosse uma fé em um futuro em que as pessoas não iriam mais seguir um Deus para buscar as verdades existenciais. A fé as avessas mostrou-se importante na evolução humana, mas apesar do crescimento do ceticismo em um Deus criador, muitas pessoas ainda continuam buscando as suas verdades no reino dos céus.
A ciência não comprovou a existência ou a inexistência de Deus. Por isso eu acho improdutivo o debate polarizado entre teólogos e cientistas sobre divindades. A ciência trabalha com método científico, cujas as etapas são eficazes no mundo material, mas para analisar o sobrenatural o único instrumento ainda é a fé. Talvez, em um futuro próximo, a física quântica possa ser o elo que faltava no diálogo entre fé e razão. Enfim, diante de um prognóstico racional de saciar todas as angústias existenciais que não se concretizou, posso dizer que Nietzsche morreu e Deus continua vivo.
Um outro aspecto interessante em assim falou Zaratustra é o fato de conhecer os próprios demônios da infelicidade para ascender ao nível do super homem.
Muita gente acha que os livros de Nietzsche são pesados e depressivos. Será que isso é verdade? acredito que não.
O personagem Zaratustra indica o caminho difícil da solidão, da infelicidade, das experiências pessoais, da morte mitológica e, principalmente, da convivência de você com você mesmo. São características que muita das vezes deixamos de lado. Tratamos as nossas angústias com antidepressivos, mas muita das vezes são nos momentos inquietantes que crescemos e superamos obstáculos. Faça uma reflexão, busque na memória os momentos de amadurecimento em sua vida, e perceba o quanto você mudou. Precisamos saborear as dores existenciais para evoluir. Não quero dizer que a pessoa tem que buscar só o sofrimento para crescer como um ser humano insuperável. Tudo com equilíbrio!
Nietzsche traz reflexões importantes para quebrar as barreiras do politicamente correto na atualidade, tais como: não se leva criança para velório para não traumatiza-lo(a). Será que privar uma criança da realidade da morte é o certo para que ele(a) valorize mais a vida? Sabendo que a finitude é a coisa mais certa da existência terrena. Sem falar na alienação de transferir todas as decisões nas mão de Deus. Nem o divino aguenta tamanha improdutividade. Lembra da história de Moises a frente do mar , do qual ele pede a solução e, Deus responde: "Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta o teu bordão, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco." (Êxodo 14: 15-16).
Apesar da minha divergência com a ideia de um Deus morto, reconheço a importância de Nietzsche como pensador e filósofo no mundo pós moderno, principalmente no que tange a uma consciência de tomadas de decisões com responsabilidades próprias, tentando transferir o menos possível as consequências de minhas escolhas a terceiros, até mesmo para evitar o que Sartre falou, ou seja, o inferno são os outros (mais no sentido da frase do que no contexto da mesma).
Gostaria de ter tido a oportunidade de conversar com Nietzsche, de debater sobre o reino dos céus em uma visão desburocratizada de uma fé pautada na experiência pessoal com Deus. Além disso, debater sobre o reino da terra do super homem, mas como não é possível, me contentarei com o diálogo de suas memórias.
Nietzsche trilhou o caminho do super homem, pois o mesmo conviveu com experiências marcantes, angústias e infelicidades. O que será que o filósofo encontrou no fim do caminho, o super homem ou o dragão que ressuscitou?
Nietzsche divergia sobre as ideias de Sócrates e Platão, pois a verdade não está lá fora, ou seja, a verdade não reside no mundo das ideias ou no mundo metafísico. A terra é a resposta.
O homem não é um fim em si, mas é uma ponte para algo maior, a saber, o super homem.
Após anos de isolamento acumulando conhecimento e sabedoria, Zaratustra decide voltar a sociedade com o intuito de proclamar o super homem. Em sua odisseia, o personagem incomum encontra muita resistência das pessoas em relação a seus ensinamentos, pois a sociedade buscava a verdade na mitologia, atribuindo assim as suas decisões e suas respectivas existência a Deus. Percebendo que as pessoas alienavam-se na verdade mística, Zaratustra tratou de usar suas parábolas para exemplificar a necessidade de contemplar o reino da terra em vez de perder tempo com o reino dos céus, pois Deus está morto. Em uma de suas parábolas, Zaratustra mostra que para o ser humano trilhar o caminho do super homem é necessário passar por metamorfoses. A primeira etapa é o mais comum. Zaratustra compara o ser humano a um camelo no deserto que carrega o peso de seu senhor. A humilhação perante ao seu Deus já é um grande fardo. Para conseguir chegar na próxima etapa é necessário transforma-se em um leão para desafiar o dragão (Deus), pois esse ser reluz em suas escamas de ouro o lema: tu deves. É necessário matar o dragão que causa alienação e anulação de si. Após matar o dragão, você deve se tornar uma criança para construir novos valores. Crescer no reino da terra, desenvolvendo até se tornar o super homem.
Ao longo do livro, Nietzsche escreve uma passagem em que diz que a compaixão pelos os homens foi o inferno de Deus.
É interessante observar que Nietzsche, que se intitulava anticristo, tinha uma visão ateísta diferente. Como assim? Para os ateus, Deus nunca existiu, já para Nietzsche, Deus existiu, se não fosse assim ele não teria afirmado que Deus morreu, pois só morre quem está vivo.
Um outro ponto interessante é o contexto da época. O século XIX estava fervilhando em racionalismo e evolução científica como ferramentas promissoras na resolução dos problemas existenciais, ironicamente, como se fosse uma fé em um futuro em que as pessoas não iriam mais seguir um Deus para buscar as verdades existenciais. A fé as avessas mostrou-se importante na evolução humana, mas apesar do crescimento do ceticismo em um Deus criador, muitas pessoas ainda continuam buscando as suas verdades no reino dos céus.
A ciência não comprovou a existência ou a inexistência de Deus. Por isso eu acho improdutivo o debate polarizado entre teólogos e cientistas sobre divindades. A ciência trabalha com método científico, cujas as etapas são eficazes no mundo material, mas para analisar o sobrenatural o único instrumento ainda é a fé. Talvez, em um futuro próximo, a física quântica possa ser o elo que faltava no diálogo entre fé e razão. Enfim, diante de um prognóstico racional de saciar todas as angústias existenciais que não se concretizou, posso dizer que Nietzsche morreu e Deus continua vivo.
Um outro aspecto interessante em assim falou Zaratustra é o fato de conhecer os próprios demônios da infelicidade para ascender ao nível do super homem.
Muita gente acha que os livros de Nietzsche são pesados e depressivos. Será que isso é verdade? acredito que não.
O personagem Zaratustra indica o caminho difícil da solidão, da infelicidade, das experiências pessoais, da morte mitológica e, principalmente, da convivência de você com você mesmo. São características que muita das vezes deixamos de lado. Tratamos as nossas angústias com antidepressivos, mas muita das vezes são nos momentos inquietantes que crescemos e superamos obstáculos. Faça uma reflexão, busque na memória os momentos de amadurecimento em sua vida, e perceba o quanto você mudou. Precisamos saborear as dores existenciais para evoluir. Não quero dizer que a pessoa tem que buscar só o sofrimento para crescer como um ser humano insuperável. Tudo com equilíbrio!
Nietzsche traz reflexões importantes para quebrar as barreiras do politicamente correto na atualidade, tais como: não se leva criança para velório para não traumatiza-lo(a). Será que privar uma criança da realidade da morte é o certo para que ele(a) valorize mais a vida? Sabendo que a finitude é a coisa mais certa da existência terrena. Sem falar na alienação de transferir todas as decisões nas mão de Deus. Nem o divino aguenta tamanha improdutividade. Lembra da história de Moises a frente do mar , do qual ele pede a solução e, Deus responde: "Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta o teu bordão, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco." (Êxodo 14: 15-16).
Apesar da minha divergência com a ideia de um Deus morto, reconheço a importância de Nietzsche como pensador e filósofo no mundo pós moderno, principalmente no que tange a uma consciência de tomadas de decisões com responsabilidades próprias, tentando transferir o menos possível as consequências de minhas escolhas a terceiros, até mesmo para evitar o que Sartre falou, ou seja, o inferno são os outros (mais no sentido da frase do que no contexto da mesma).
Gostaria de ter tido a oportunidade de conversar com Nietzsche, de debater sobre o reino dos céus em uma visão desburocratizada de uma fé pautada na experiência pessoal com Deus. Além disso, debater sobre o reino da terra do super homem, mas como não é possível, me contentarei com o diálogo de suas memórias.
Nietzsche trilhou o caminho do super homem, pois o mesmo conviveu com experiências marcantes, angústias e infelicidades. O que será que o filósofo encontrou no fim do caminho, o super homem ou o dragão que ressuscitou?


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