Fluxos do ser

Se o corpo é refém de sistemas, a alma é livre na imaginação. Assim, pensamentos brotam no êxodo desprovido de espaço-tempo. Portanto, a expressão ímpar da mente fortalece arquétipos pulsantes sobre a vida e a existência. É o ócio criativo recheado de símbolos para decodificar.
A alma imaginativa percorre caminhos não lineares em busca do desconhecido inexplorado. Neste momento, sensações de medo e insegurança ativam o sinal de alerta. Entretanto, a mente rompe paradigmas, mergulhando nas possibilidades e potencialidades, despertando o Zaratustra de Nietzsche ao propósito espiritual de sentido subjetivo existencial.
As experiências empíricas vão clareando os horizontes de eventos que estavam encobertos pelo limite da mesmice. A existência e a vida ganham novos significados. Barreiras culturais são desfeitas. A mente desperta do sono profundo, vislumbrando um novo observador a surgir. Não é perfeito! É imperfeito e assimétrico, mas diverso em fluxos do ser. Improvável!? Sendo mais arte do que obra. Detalhe não percebido pela lógica (Kant tinha razão!?). É uma Alice no País das Maravilhas sem as sombras da opressão, pois o sentido da vida converge para as divergências de propósitos. Parece contraditório!? A princípio, sim, mas como é subjetivo, a relatividade se faz presente na percepção do observador. Daí por diante, o céu não é o limite para interpretar o abstrato da imaginação de sentidos e sensações.
Dissecar o ser em várias facetas é a revelação de uma nova edição de consciência em metamorfose, deixando nítida a formação de uma base geométrica de sustentação compatível com as experiências pessoais. Assim, símbolos e significados complexos surgem na dinâmica do ser. Um recanto de imagens do Universo em expansão. Micro e Macrocosmos em sintonia, dançando na pista de transição entre a ordem e o caos. Enquanto isso, o corpo padece nos grânulos que escorrem na ampulheta. Duas realidades: imaginação metafísica e corpo pragmático, vivenciando sabores e dissabores da existência. Portanto, o uno vira duo, desmembrando o átomo do ser em fluxos alternados entre a singularidade e a previsibilidade. Enfim, surgem individualidades dentro do próprio indivíduo, sem perder a persona de si em dimensões imensuráveis. Viva a vida consciente! Viva a loucura de ser o que é!
Perder para encontrar! Sentir sensações! criação sem lógica!? Faces que afloram na dialética platônica entre a alma e a imaginação. Questões e afirmações que ocupam espaço no imbróglio desdenhado pela lógica. Pulsão paralela que visa navegar em águas difíceis do ser, movendo a imaginação ao metafísico da profundidade da mente, construindo pontes com a sensibilidade de produção de sentido, sem os recônditos da consciência dogmática. É uma narrativa de prolegômenos de valores inestimáveis para quem produz sem mediatários de engessamento cultural. Tudo fica claro se não houver o perdulário de energia psíquica. É uma odisseia de paciência, pois só sai da zona de conforto quem busca a virtude clássica na concentração do silêncio de si.
Quando terminar a jornada, a mente terá a oportunidade para novas epifanias. Asas voarão sem dono, aproveitando a sublime sensação de liberdade. Conexões atemporais com o uno que permeia o verso. Portanto, a energização de fluxos estimularão um novo ciclo erudito, gerando adstrito com alumbramento alvíssaras de um looping epifânico de construção ímpar.
Após navegar na profundidade do oceano sem fim, a razão retornou com mais experiência e menos senhor de si. O logos aprendeu a respeitar os espaços ocupados pelas funcionalidades que envolvem a complexidade existencial. Loucura sem efeito de registro burocrático (o despertar do pesadelo Kafkiano). Expressão de inquietude construtiva pela vida. Propósito subjetivo que dá sentido ao metafísico platônico. Nisso observa-se o ser em via de escolhas de possíveis caminhos que culminam em "destinos" inesperados, surpreendendo a si no que tange a expansão mental no âmbito da alma consciente.
O abstrato chama outro abstrato.  O mergulho do espectro no meio não material permite o indivíduo conhecer as entrelinhas do espaço-tempo. É o nirvana de novas potencialidades que refletem no mundo atômico, ou seja, o abstrato transforma-se em visão sensível sobre a realidade concreta. Resiliência! Fôlego! Metamorfose! Processos que acompanham a nova existência. "Big-bang" de ideias, povoando o lócus produtivo de sementes que brotam no cosmos imaginativo.
"A mente que se abre a um nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original." Einstein tinha razão, pois o mundo que eu conhecia já não é mais o mesmo. Nada mudou, com exceção do observador. Nesse sentido, a consciência supera o materialismo na base de construção da existência? Que ideia surgirá disso? Os fluxos estarão abertos a novas mudanças do ser. Mais um ciclo reiniciará...


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