Um olhar no abismo
Observar o abismo existencial e não vê nada, é uma possibilidade de realidade. Todavia, o que explica o amor? O acaso cósmico é a resposta para a complexidade da vida? Assim, visões de mundo ganham forma. Portanto, o caos se fortalece no despropósito da vida, em oposição, o sentido pede espaço para ser o significado das coisas. Neste contexto, quem tem razão? Aliás, ter razão garante a afirmação da realidade como única e concreta? Quem pensa sobre os pensamentos? São questionamentos sem respostas imutáveis, abrindo mais possibilidades de alternativas existenciais, ou seja, a causa sem causa e o Design Inteligente. Ambas ideias não convergem para o mesmo ponto, pois o primeiro relaciona-se ao acaso cósmico e o segundo ao propósito existencial. dentro desta perspectiva, encontramos variações transversais que vão do niilismo ao monoteísmo. Enfim, é uma gama de conclusões que surgem a partir do abismo existencial. Por isso, é importante ver além da escuridão. Quem sabe se o caos é uma maneira de reestruturar sentidos e significados? Quem sabe se os significados e sentidos são ilusórios, revelando a miserável vida humana? No fim de tudo, é o encontro do pó com a subjetividade?
O ser vivente passa a experimentar o propósito ou o acaso aleatório. Mesmo que a segunda opção seja evidente, o indivíduo não deixa de existir, mas será transformado no meio ambiente até o nível microscópico, passando sua matéria e energia para a renovação natural, sem o comprometimento com a reencarnação (quem sabe?). É um ciclo que promove a continuação da existência para quem deixou de existir na consciência terrena. Visão materialista cujo eu não existe, restando fragmentos químicos e físicos em processos de transformação. Já em uma visão essencialista, a psiqué habitará um novo corpo, transcendendo a transição para viver o eterno. Enquanto isso, o abismo não muda, mas é a mente que define a mudança. Esta projeção promove, na escuridão do abismo, o surgimento da luminescência do via ser em construção. Espelhos saltam do vazio para encarar a imagem do observador. Ceticismo e fé refletem as suas respectivas seduções. Somente o indivíduo, mediado por suas experiências e vivências de mundo, pode escolher a proposta que mais satisfaz as angústias que permeiam os pensamentos sobre a via e a existência.
A cada dia que o fluxo existencial observa o abismo, mais conexões são entrelaçadas com a finitude, brotando reflexões interativas de si com o mundo de possibilidades. Neste momento, valores, vazio e esperança mesclam-se como água e óleo, gerando pensamentos heterogêneos que alternam em densidades rítmicas de comunicação para além do que parece óbvio, ou seja, o ser não é, pois ele está em desconstrução e reconstrução diante da beirada do silêncio uivante, onde o espírito crítico descama-se dos velhos hábitos, encontrando no inesperado o desejo de descobrir, no próprio jardim, a flor que não foi regada pelo jardineiro de olhar exos. Assim, aprendemos que a raridade não pode sofrer o desprezo pelo fluxo que não é, somente está. Enquanto isso, a mente não está no tamanho original. Novas conexões foram feitas. O vazio ganha significado! O sentido não é mais pomposo! A esperança nunca deixa de lutar! São quebras de paradigmas convencionais em prol de respostas para questionamentos, tais como: quem nós somos? A nossa fé está sendo testada nas inconstâncias e benevolências da vida? O fim é o que nos resta? Continuaremos existindo após a existência do ser no traje do estar? É o abismo alimentando a imaginação através do espanto do olhar.
Na ausência encontramos a necessidade vagando no abismo. Ilusão ou realidade? Não sabemos! Só é possível perceber a vida em movimento. Evoluir é necessário? A existência é a chave para esta questão. A vida não para!
Os existentes são os únicos a experimentar o folclore legitimado pelo logos ramificado em complexidades. Por isso, criamos e moldamos alternativas para explicar, ou não, o sentido da vida pensante. Portanto, basta olhar a existência no abismo para enxergar as possibilidades que emanam do desconhecido.



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