O É e o ser: eternidade, finitude e propósitos.
Cronos devorava os seus filhos. O deus do tempo temia que um de seus descendentes pudesse tomar o seu lugar como soberano. Tudo ia conforme o planejado, até que um de seus filhos, Zeus, com o auxílio de sua mãe Réia, conseguiu se livrar de seu destino trágico, derrotando o rei dos titãs. Além disso, Zeus livrou o seus irmãos de serem esquecidos nas entranhas silenciosas do tempo. Este pequeno resumo de um clássico mitológico grego nos leva a pensar sobre a finitude e a sua forte ligação com a ampulheta existencial. Sendo assim, a cada dia o tempo mostra a sua ação no reflexo desgastado projetado no espelho da realidade. É um destino inevitável, marca registrada do via ser, onde a mudança é a única coisa certa. Em outro plano, o É, uma espécie de Zeus Transcendental se sobrepõe ao tempo, ao espaço, a matéria e a mutabilidade da energia, onde a busca do ser é algo inexistente, pois Ele É a Fonte do Verbo que reina soberano na plenitude da glória eterna. Duas realidades que caminham em estradas divergentes! O primeiro, o peregrino, nós, projeta o via ser nas leis do cronos. O segundo, a Singularidade Transdimensional, transita no indeterminável kairós. Mesmo nessa dialética entre o temporal e o atemporal, o via ser e o É, há projetos de esperanças, experiências e aprendizagens, tornando possíveis as trocas de percepções diversas sobre o porque de algo ao invés do nada, os propósitos e os significados existenciais, as lacunas evolutivas, enfim, profundidades e valores que envolvem toda dinâmica proporcionada a partir da reflexão relacionada a finitude ligada ao tempo voraz e a ausência deste mesmo devorador de matéria e consciências no plano utópico de fenômenos extraordinários. Portanto, quando uma narrativa mitológica migra do mundo das ideias imaginativas para o plano das possibilidades, geramos sentidos, reflexões críticas e teses sobre quem nós somos diante da vida, da brevidade, da existência, do Universo em expansão e do Logos Prime, funcionando como uma ilha do conhecimento, onde a margem avança para o oceano do desconhecido, proporcionando explorar e encontrar elementos raros que ajudam a construir novos modelos de percepção da realidade.



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