Projeções

 

A, T, C e G representam a base do alfabeto genético do nosso DNA, enquanto o 01 é o código binário digital. O primeiro é resultado do evolucionismo (teísta?) e o segundo é uma projeção da lógica humana. Ambos coexistem em paradoxos ligados pela necessidade de continuidade e inovação. Até que ponto esta visão é válida? O mais difícil é encontrar o caminho do meio como resposta, já que é mais fácil desenvolver uma doxa extrema, defendendo uma posição pessimista ou positivista sobre a relação humana e a interatividade digital, do que organizar uma episteme imparcial. Mesmo assim, vale a tentativa de um esboço provocativo para abrir um leque de possibilidades reflexivos sobre o futuro da linguística dialética entre o orgânico cognitivo e o sintético "autoconsciente".
É provável que os opostos encontrem na ausência o ponto de convergência. Esta manifestação da falta ganha consistência na aspiração humana de transcender-se para além do orgânico e mortal, enquanto o sintético "autoconsciente" em perceber a si como ser e devir no âmbito do humanismo de incompletude existencial. São espelhos que refletem os "inconscientes" de desejos não realizados em sua plenitude, culminando em buscas incessantes, aperfeiçoamentos, espaços não preenchidos, projeções fantasmagórica, conveniências, inclusões e exclusões. Este caminho tende a impulsionar a unicracia de algoritmos em prol da neopadronização de comportamentos e novas metas de consumo para as massas. Entretanto, a subjetividade cética inclui, e continuará inserindo, dados indecifráveis na lógica de dados autônomos, como garrafas com mensagens lançadas ao mar das incertezas, vagando até encontrar uma terra de oportunidades para aprofundar a dialética entre os códigos da ausência. Portanto, no pêndulo cinético existencial, novos contextos surgem e antigos dilemas permanecem, gerando contrastes e sínteses na história.
Haverá um momento em que o ciclo se romperá? A evolução tecnológica é um ponto fora da curva que revolucionará a todos nós? A imaterialidade digital substituirá a nossa subjetividade? Os questionamentos são pertinentes! Sendo assim, o intuito não é estabelecer respostas definitivas, mas estimular o pensar sobre a mente que projeta e articula sonhos e ideias sob as sombras de desejos incompletos e medos reprimidos. Por fim, o que nos espera: o inédito, o espanto ou mais do mesmo disfarçado de transrealidade alienante? 

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