Ontologia de Deus
Segundo Schelling, em Aforismos para a introdução à Filosofia da natureza (Aforismos 55 a 80), Deus não compreende a si mesmo, porque ele não pode ser maior que ele mesmo é. Portanto, a proposição: deus se afirma a si mesmo, tomado por si, é em virtude da própria ideia, uma proposta impossível. O mesmo vale para seu oposto. Deus tampouco pode ser o afirmado de si mesmo; ele é incompreensível a si mesmo e não é compreendido, porque não pode ser menor do que ele mesmo porque ele não é um diferente, mas apenas um e o mesmo.
Gonçalves, Márcia Cristina Ferreira. Filosofia da Natureza. Rio de Janeiro. Jorge Zahar. 2006. Pág. 59.
Será?
Deus não existe! Ele É! Significa dizer que mensurar a essência do Eu sou o que Sou é impossível para o intelecto humano condicionado a fatores dimensionais, limitado pelo tempo-espaço. Portanto, construir uma ontologia de Deus é um paralaxe em que o observador analisa um ponto fantasmagórico, uma sombra, uma projeção de Deus na parede da caverna de Platão, onde o observador e o É observado nunca se encontram no momento exato da revelação, culminando em modelos mentais distorcidos sobre o É como se fosse o ser. Partindo desta premissa, não é possível afirmar que Deus não compreende a si mesmo. O eterno É é o ápice de si mesmo, não precisa de existência e experiência externa como o ser, pois ele É absoluto em sua própria essência. Além disso, o É é incompreensível na mente do ser que pensa que sabe. Por isso, o É apresentou-se ao longo da história como modelo e símbolo a ser seguido, não em essência pura, mas em propósito a ser alcançado, seja na fé, na virtude e no amor.



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