Metaconsciência
A nossa consciência preza por símbolos e significados para fixar sentido de propósito. Assim projetamos conhecimentos para construir valores, modelos de compreensão da realidade e acesso a meios de transformações do mundo ao nosso redor, como consequência surgiram arquétipos, tais como: visão harmônica do universo, simetrias e padrões, convergindo em ideias de unificação. Por exemplo: a teoria do campo unificado é um modelo defendido por alguns cientistas como algo que possa descrever todas as forças fundamentais da natureza como manifestações de um único campo, proposta que carece de evidências, portanto, até o momento, sem validade científica. Um outro exemplo é a moda de época que tenta padronizar a sociedade daquele tempo. Enfim, leis, métodos, controle...tudo em prol de sentido, significado e hegemonia. Nessa busca há paralaxe entre o observador e o "objeto" de observação, onde o indivíduo encontra-se em posição não favorável a análise mais justa da realidade, constituindo cosmovisões e imperativos categóricos que expressam a parcialidade ou a distorção da essência das coisas em si. Diante deste contexto é preciso transpor os limites da consciência e pensar criticamente sobre os pensamentos compartimentalizados de causas, efeitos e progressão linear. Em suma, pensar sobre a possibilidade de ausência de causa na origem do universo, compreender que entre dois finitos (como os números 0 e 1) há infinitas opções de posições e modelos abstratos (como uma teia de números, operações básicas e equações matemáticas), visualizar o cosmos de forma assimétrica, já que a diferença entre matéria e antimatéria permitiu o surgimento de massa ocupando lugar no espaço-tempo. Assim como a vida, pois a despadronização ("erros" no código genético) em eventos aleatórios evolutivos estimulou o advento da biodiversidade. Tudo isto é um desafio, cujo cerne é a desconstrução de valores estabelecidos e construções de modelos mais próximos da realidade. O preço é alto demais para a nossa espécie, pois ingressar nessa jornada gerará desconforto lógico e existencial, irá no contrafluxo do antropocentrismo como ideologia áurea da criação, convergindo no fluxo do cosmobiocentrismo de complexos indiferentes ao nosso sentido de propósito. Ao encarar este desafio será preciso abandonar a ideia de unificação, que nos acompanha ao longo da história na religião, na filosofia e na ciência e abraçar a diversidade de eventos livres de uma causa em comum, ampliando a nossa compreensão do real. Os demais passos se sucederão no transcorrer do novo desconhecido e das novas possibilidades para transvalorar os valores já estabelecidos com o intuito de dar vez e voz a metaconsciência emergente.



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