No automático
No HQ do espetacular homem aranha, especificamente na história que conta sobre sua volta ao lar, o jovem herói encontra um personagem desconhecido que o provoca com alguns questionamentos, tais como: "a radiação possibilitou que a aranha lhe desse poderes? ou a aranha tentou transmitir seus poderes antes que a radiação a matasse? o que veio primeiro: a radiação ou o poder? o ovo ou a galinha?". Diante dessas provocações, o homem aranha fica atônito e responde: "Eu...eu não sei". O encontro foi esquisito, porém, este pequeno diálogo foi importantíssimo para o aranha vencer seu inimigo no final do HQ.
Como dizem os jovens, não vou dar spoiler, mas o que se percebe é um super herói vivendo no automático. Todos os dias a rotina de combater o crime e ao mesmo tempo saber lidar com os dilemas da vida como qualquer mero mortal, pesam muito quando não se sabe exatamente o porque daquilo. Enfim, sem um significado real, energia vital era sugado de seus poderes, como consequência, farei o que tiver que fazer. Como se fosse uma propaganda que já saiu do ar com o seguinte jargão: "Por que você bebe x? Ah, porque sim." Sem uma autocrítica as coisas funcionam no automático.
Não quero condenar a rotina, pois ninguém consegue viver apenas em ritmos aleatórios a todo momento, o equilíbrio se faz necessário, mesmo assim é importante ressaltar a utilização de uma rotina como modelo fechado de vida, favorecendo o advento do automático na maior parte da existência de muitas pessoas. Não precisamos recorrer a fenômenos metafísicos para entender tal fato. O cotidiano é o maior exemplo disso. Nós acordamos, realizamos rituais no café da manhã, quando dá tempo, nos arrumamos e saímos para uma jornada extensa de trabalho, parecendo que a cada manhã é uma repetição de ontem, como um feitiço do tempo em que você acorda sempre no mesmo dia. Aliado a esta situação, a padronização martela o cidadão com propagandas estimulando pensamentos automáticos de "certas modas" como uma maneira de ser reconhecido(a) na sociedade. Neste sentido entendo que a igualdade é a maior de todas as injustiças. Reconheço que existem várias formas de vencer as rotinas alienantes com coisas simples, como por exemplo: viajar, conhecer novas pessoas, caminhar para admirar a natureza, dentre outros fins, mas parece que o automático está presente em muito de nossas atitudes. Se tenho que executar uma função, vou lá e executo, pois estou ligado no automático, típico trabalho burocrático. Qual a finalidade de tal coisa? Nenhuma, apenas tenho que executar.
Em certo dia eu fui a um determinado banco, que chamarei de x, para encerrar uma conta corrente. Chegando até a gerente, a mesma tentou me convencer a não fechar a conta, pois o banco x oferecia vantagens aos seus correntista. Quando chegou a minha vez de falar, perguntei: "o banco x divide uma parte de seus lucros reais com seus funcionários?" Eis que ela responde: "Não!" Foi o suficiente para encerrar a conta, pois se uma empresa não cuida de seus funcionários que gera lucro, muito menos cuidará de um correntista que só tem a conta para receber o salário. E o pior, toda a fala foi mecanizada, sem expressão ou sentimento, como se eu tivesse conversando com uma secretária eletrônica.
Tanto os heróis, quanto os meros mortais, necessitam usar da ferramenta da autocrítica em busca do significado das coisas para que tudo não fique apenas no porque sim.
Somos raros, complexos e inteligentes. Não modificamos o meio para acomodarmos no automático. Entendo que as vezes mecanizamos certos comportamentos, principalmente na vida profissional, mas isso não quer dizer que é um ciclo fechado de eternas repetições, pois questionar o mundo e a nós mesmos faz parte de nossa evolução. Não podemos ficar apenas a mercê do ciclo vital e profissional. Existe um universo dentro e fora de nós que mostra um caminho diferente a cada um. Não podemos deixar de lado questões centrais da vida, tais como: "Por que eu existo?" Será que o meu papel na sociedade é apenas ter uma carreira profissional?" Sou único dentre mais de sete bilhões de pessoas no mundo, sendo assim, qual o meu legado para história humana?" Será que vale a pena cultivar inimigos?" Sabendo que no fim definharemos em um solitário túmulo. "Vale a pena viver por viver?"
Por fim, deixar tudo no automático é sabotar a si mesmo no plano da existência, pois somente existir não é suficiente.
Como dizem os jovens, não vou dar spoiler, mas o que se percebe é um super herói vivendo no automático. Todos os dias a rotina de combater o crime e ao mesmo tempo saber lidar com os dilemas da vida como qualquer mero mortal, pesam muito quando não se sabe exatamente o porque daquilo. Enfim, sem um significado real, energia vital era sugado de seus poderes, como consequência, farei o que tiver que fazer. Como se fosse uma propaganda que já saiu do ar com o seguinte jargão: "Por que você bebe x? Ah, porque sim." Sem uma autocrítica as coisas funcionam no automático.
Não quero condenar a rotina, pois ninguém consegue viver apenas em ritmos aleatórios a todo momento, o equilíbrio se faz necessário, mesmo assim é importante ressaltar a utilização de uma rotina como modelo fechado de vida, favorecendo o advento do automático na maior parte da existência de muitas pessoas. Não precisamos recorrer a fenômenos metafísicos para entender tal fato. O cotidiano é o maior exemplo disso. Nós acordamos, realizamos rituais no café da manhã, quando dá tempo, nos arrumamos e saímos para uma jornada extensa de trabalho, parecendo que a cada manhã é uma repetição de ontem, como um feitiço do tempo em que você acorda sempre no mesmo dia. Aliado a esta situação, a padronização martela o cidadão com propagandas estimulando pensamentos automáticos de "certas modas" como uma maneira de ser reconhecido(a) na sociedade. Neste sentido entendo que a igualdade é a maior de todas as injustiças. Reconheço que existem várias formas de vencer as rotinas alienantes com coisas simples, como por exemplo: viajar, conhecer novas pessoas, caminhar para admirar a natureza, dentre outros fins, mas parece que o automático está presente em muito de nossas atitudes. Se tenho que executar uma função, vou lá e executo, pois estou ligado no automático, típico trabalho burocrático. Qual a finalidade de tal coisa? Nenhuma, apenas tenho que executar.
Em certo dia eu fui a um determinado banco, que chamarei de x, para encerrar uma conta corrente. Chegando até a gerente, a mesma tentou me convencer a não fechar a conta, pois o banco x oferecia vantagens aos seus correntista. Quando chegou a minha vez de falar, perguntei: "o banco x divide uma parte de seus lucros reais com seus funcionários?" Eis que ela responde: "Não!" Foi o suficiente para encerrar a conta, pois se uma empresa não cuida de seus funcionários que gera lucro, muito menos cuidará de um correntista que só tem a conta para receber o salário. E o pior, toda a fala foi mecanizada, sem expressão ou sentimento, como se eu tivesse conversando com uma secretária eletrônica.
Tanto os heróis, quanto os meros mortais, necessitam usar da ferramenta da autocrítica em busca do significado das coisas para que tudo não fique apenas no porque sim.
Somos raros, complexos e inteligentes. Não modificamos o meio para acomodarmos no automático. Entendo que as vezes mecanizamos certos comportamentos, principalmente na vida profissional, mas isso não quer dizer que é um ciclo fechado de eternas repetições, pois questionar o mundo e a nós mesmos faz parte de nossa evolução. Não podemos ficar apenas a mercê do ciclo vital e profissional. Existe um universo dentro e fora de nós que mostra um caminho diferente a cada um. Não podemos deixar de lado questões centrais da vida, tais como: "Por que eu existo?" Será que o meu papel na sociedade é apenas ter uma carreira profissional?" Sou único dentre mais de sete bilhões de pessoas no mundo, sendo assim, qual o meu legado para história humana?" Será que vale a pena cultivar inimigos?" Sabendo que no fim definharemos em um solitário túmulo. "Vale a pena viver por viver?"
Por fim, deixar tudo no automático é sabotar a si mesmo no plano da existência, pois somente existir não é suficiente.


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