Movendo Universos

Cada pessoa é um pequeno universo. Neste contexto de complexidades colidindo, repelindo e gerando expansão para além do horizonte de eventos, surgem símbolos e significados enraizados nas interações intra-mundo e inter-mundos, proporcionando a permanência de convicções e aparecimento de novas constelações que preenchem os lócus da aprendizagem sobre a luz projetada na noite sombria, revelando uma energia desconhecida, mas altamente útil. São flashes do despertar para uma leitura crítica de mundo em evidência. Entretanto, forças do convencimento dialogam entre si pela manifestação da verdade pura. É um arquétipo monofocal distorcido da realidade, cujos sentidos funcionam como buracos negros de propriedades narcisistas, satisfazendo a vontade de ralo espacial, ou seja, sugam qualquer energia sem passar por um filtro específico de seleção do que é realidade ou aparência.
O uno vaga acreditando apenas no modelo reproduzido, sob as circunstâncias de seu casamento com o verso.
O pulsar da razão tenta interceder no universo vivo em construção, em uma tentativa de vencer a entropia de ideias. Neste processo, o inteligível interage com a subjetividade, a intuição e a afetividade, deixando de lado, em muitas ocasiões, as variações quânticas do inconsciente, produzindo reflexões difusas de imagens que não estão projetadas na caverna do "big-bang", pois difundiu-se por todo universo de conhecimento, gerando respostas a anos-luz da verdade cristalina.
Mesmo no vácuo de modelos de realidades, produzimos opções de possíveis transformações. Pensamos estar compreendendo o espaço-tempo ao nosso redor. Na verdade, são fragmentos que formam um mosaico sobre um pano de fundo invisível aos olhos da mente. É uma realidade em que modelos de símbolos e significados não são suficientes para iluminar a razão, culminando na ironia humana de achar graça na ignorância somado com a sensação de poder sobre as ruínas do descontrole na reivindicação do universo somente para si. Enquanto isso, o requerido não reconhece o requerente. Contradições mergulhadas no cenário de personagens de mundos de vários sentidos que colidem no mesmo espaço universal.
Quem desvendou o mistério? Passou o meteoro de oportunidade. infelizmente, não está em nosso domínio. Iremos esperar as cegas a próxima chance de revelação. Sempre depositando na esperança a elucidação que não virá. Mesmo assim, buscamos capturar o corpo celeste que orbita um espaço que não conseguimos alcançar. Estamos condenados a perseguir o incompreendido no ápice da impossibilidade. Só espero que o uno não perca a trajetória do verso, ficando diluído na energia escura fria expandindo até desintegrar a essência da luz, cujo brilho é renovado a cada vez que concentramos paradoxos e dilemas em pontos específicos, gerando ondas eletromagnéticas de mensagens lançadas codificadas em pacotes de energia no espaço-tempo de um universo inexplorado.
No término da jornada textual, percebo que o diretor do roteiro não foi a razão, mas a imaginação, deslimitando as dimensões da singularidade essencial do desconhecido em analogias de universos em movimento. Até nisto a razão é ludibriada. Ainda bem, pois a racionalidade não é suficiente para protagonizar o universo vital no âmbito da razão, sem consultar as outras partes que formam o indivíduo (se é que isto faz algum sentido).
Como não há conhecimento humano que tenha atingido o ápice do discernimento da realidade, vamos tentado romper a barreira do impossível presente em outras ferramentas, dentre as quais, a imaginação se habilita a ajudar a razão enxergar além do culto da virtualidade de imagem real.  
Que este estímulo promova um debate mais igualitário entre razão, intuição, afetividade, subjetividade, objetividade e inconsciência, favorecendo uma melhor compreensão da realidade de movimentação de universos. Enquanto isso, a imaginação observa como um CEO estrategista pronto a executar novos mundos para universos em transformação.

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