O fluxo das ondas sob a ótica do entendimento

Nadar, enfrentar, dominar, vencer e ser derrotado, são reflexos inconstantes projetados no espelho d´água da alma. Imagens difusas são formadas no campo vital, introjetando a percepção pendular de felicidade e angústia. Movimento ondulatório no mundo líquido, onde o vento sopra de várias direções, levando o autor de sua própria história a viver em busca de ondas de sensações, sem que haja resiliência sábia da quietude existencial.
Nem sempre é necessário ser verbo. Às vezes não fazer nada é o suficiente para  compreender o fluxo das ondas, pois a oscilação líquida sempre apresenta a sua força em qualquer instância. Veja o que um autor, ou seja, eu, escreve sobre as "sensações":

"Os mares não são iguais.
Cada vida tem seu próprio oceano.
Mesmo assim, os padrões se repetem.
Só me resta ser um grão de areia.
Só me resta entender a sua energia."

O agir por agir, impede o indivíduo de ouvir o recado das transições. Portanto, o simples entendimento do oceano de possibilidades é a elevação do espírito em meio aos fluxos ondulatórios. Para que isso seja realidade, a palavra propósito precisa sair do empoeirado dicionário para se tornar algo prático ao longo da jornada pelos mares existenciais. Nesse sentido, Nietzsche, citado no livro Sapiens - uma breve história da humanidade, expressa: "se você tem um motivo para viver, é capaz de tolerar praticamente qualquer coisa." Uma vida cheia de sentido pode ser extremamente gratificante  mesmo em meio a adversidades, ao passo que uma vida sem sentido é um suplício terrível independentemente de ser repleta de conforto. Endossando o contexto, o conhece-te a ti mesmo, escrito na entrada do templo de Apolo em Delfos, é um chamado ao autoconhecimento. Princípio filosófico defendido por Siddhartha Gautama, ao qual deixou as sensações efêmeras de lado para entender a natureza transitória de todos os seus sentimentos e parar de persegui-los. 
O que fazer quando o propósito não é a melhor das opções? Será que a felicidade é um ilusão? E se nós somos apenas marionetes de nossos genes egoístas? São questionamentos válidos, pois felicidade é subjetivo. É algo individual! A busca é contínua! Mesmo que você não encontre propósito, algo encontrará. Parece contraditório. Será? O acaso é uma ilusão? O propósito é real? Na medida do possível: duvide, critique e determine. Abra possibilidades de conhecer os pontos convergentes e divergentes. 
Enquanto isso, o fluxo das ondas apresenta o espetáculo personalizado para o seu público específico. Imerso nessa base líquida, estão os que viverão pelo pêndulo das sensações, enquanto outros buscarão alternativas para entender as oscilações. Independente das escolhas, todos estão nos oceanos existenciais navegando entre realidade e aparência.
O despertar  para além da singularidade do óbvio é o divisor de águas que trará luz por detrás da cortina do espetáculo personalizado, tornando claro o propósito ou o acaso. Nessa iluminação, a paz seguirá seu curso, construindo um novo oceano existencial para desbravar. Não é mais pêndulo! É o vivenciar o entendimento do inexplicável! É a tranquilidade de ter em mãos um mapa universal que te deixa livre para navegar em qualquer tipo de oceano existencial personalizado. E assim diz o navegador:
"A tempestade passou!
Parece que estou navegando em outro oceano.
Não conheço essas águas.
Espere, parece mais do mesmo de outrora.
Chega de perseguir as ondas .
Iremos pelo caminho do autoconhecimento."


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