Livre associação de ideias
Quando o fluir usa o ser como fio condutor de existência, a essência ganha vida. Assim, aprendizagens, percepção de realidade e características de mudanças surgem no ser em construção. É a energia da alma que evolui em algum lugar na razão e nas experiências, contribuindo com o espírito do conhecimento dinâmico de pluralidade complexa e sem fim. Portanto, sob o manto da certeza há um terreno inexplorado, minado de ideias reproduzidas que não representam sentido de investigação, perda de tempo!? Se julgamos parcialmente o que não controlamos, como podemos definir algo como certo se o que parece ser é apenas a ausência de outras evidências? Sendo assim, pacotes finitos de fluxos não correspondem a verdade em todas as possibilidades possíveis de modelos de realidades. Os átomos sabem disso! Em seu mundo subatômico há incertezas sob o manto das leis naturais, mostrando-se cognoscível em modelos de realidades e desafiador nas dúvidas, ampliando o leque de oportunidades de conhecimento sobre os códigos não percebidos pela razão pura. Nesse encontro entre observador e observado, ou seja, entre fluxos do ser em construção e a complexidade de incertezas subatômicas, ambos são moldados pela experiência, a realidade além da linearidade da percepção cartesiana, conhecimento assumindo a sua essência reveladora, quebrando velhos paradigmas e servindo de base para rever valores sob a óptica dos espelhos infinitos, onde a máxima é enxergar além das aparências. A proposta é transpor determinismos alienantes e ilusões, sem menosprezar a força do engano. Assim, ao olhar os espelhos vemos a nossa própria imagem em aparentes replicações do mesmo, entretanto, o óbvio imediato omite aos nossos olhos os bastidores que permitem a projeção de imagens, tais como: os fenômenos naturais, o formato do espelho e o material que constitui os espelho. Esse conjunto representa a primeira camada verificável, sem a distração do óbvio imediato. Na segunda camada dos bastidores funciona a genética interdependente entre os olhos e o sistema nervoso, associado ao estado emocional, imaginativo, intuitivo, instintivo e racional do observador, gerando conclusões que podem ir além da imagem real, cogitando ideias sobre a nossa posição no espaço-tempo, reorganizando opiniões e argumentações que causam mudanças no pensar. Portanto, a experiência molda o ser em construção, colocando a razão como juiz e ré da própria sentença no tribunal da vida e da existência.
A priori, somos poeira cósmica que dá voz ao Universo de possibilidades. Talvez o cosmos não surgiu no "Big-bang", ela surgiu, hipoteticamente, quando a consciência fluiu na mente humana. Antes desse evento, o Universo de possibilidades vivia em um silêncio profundo. Não tenho certeza se isso é válido, entretanto, conjecturar incertezas permite contemplar o complexo fluxo de dados dinâmicos que brotam da estética transcendental. Aqui, o entendimento assume o papel da sensibilidade etérea, uma espécie de abstração subjetiva metafísica pulsante na essência da consciência, desafiando a lógica em seu limite cartesiano.
A livre associação caminha por vales e montanhas da realidade, forma fragmentos de ideias que se conectam com as "subnotificações não oficiais" da existência. É garimpar ouro no escuro! É mergulhar no suposto vazio e observar além do nada! É uma odisseia que procura transpor o cronos do parêntese linear da vida, pois o tempo é uma unidade de medida ilusória! Enfim, a livre associação é uma ferramenta útil para unir peças de um quebra-cabeça raro e complexo da chamada consciência humana.



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