Viver eternamente
A revista superinteressante publicou um tempo atrás um artigo que narrava a possibilidade do ser humano, em um futuro próximo, viver em média cento e cinquenta anos. O artigo trazia em seu conteúdo informações sobre a utilização de ferramentas da engenharia genética para manipulação de uma parte do DNA relacionado a longevidade. Paralelamente ao artigo citado, cientistas, especialistas em criogenia, falam sobre o aperfeiçoamento da técnica de congelamento de seres humanos com o propósito de "fé" na evolução das ciências, principalmente com tecnologia avançada, ou seja, imagine uma pessoa rica que apresenta uma doença incurável no presente momento, uma oportunidade surge, a criogenia. Em resumo, o rico paga para ficar congelado até chegar a cura. Por quanto tempo uma pessoa congelada sobrevive? Não há uma resposta definitiva sobre isso. A técnica de criogenia atual apresenta dificuldades. Por exemplos: formação de cristais de gelo no citoplasma e ressuscitação dos corpos. Neste contexto pode surgir uma outra pergunta: Se um dia a técnica for aperfeiçoada e viável, somente os ricos terão acesso a esta oportunidade de prolongar a vida? Acredito que sim, pois o custo é alto. Isso é uma injustiça! Concordo! Espero que haja nesta época um comitê de bioética que milite por igualdade de condições. Veja que não é simplesmente implementar técnicas para postergar a vida humana na Terra, ou fora dela, quem sabe? Existe um contexto que abrange vários campos no âmbito social. Só ilustrei apenas um exemplo de vários outros exemplos que podem surgir ao longo do debate. Até aqui eu não me referi diretamente ao viver eternamente, discorri sobre técnicas de prolongamento da vida, mas como o futuro é incerto, a coisa pode fluir para o desenvolvimento de meios propícios a uma vida eterna e jovem.
De todos os processos, o que mais me impressiona é a transferência de consciência e memória via download. Filmes como Chappie e Transcendence (Johnny Deep interpreta o personagem principal) trabalham bem esta questão de transferência de dados do nosso cérebro para a rede mundial de computadores. No filme Transcendence o personagem principal, após o download, tem acesso irrestrito a internet, capturando inúmeras informações, gerando manipulação de seres humanos, curas para diversas doenças, inclusive a construção de um novo corpo com as mesmas características que ele tinha quando estava vivo, entre outras coisas. O filme em si levanta questionamentos dentro da moral, da ética, das ciência, da filosofia e da religião. Gostaria de compartilhar alguns pensamentos com você: "Vale a pena viver eternamente?" Vejo a infinitude humana como uma vida cheia de mortes e angústias, pois viver tem um prazo biológico de renovação e evolução dos seres viventes. Além disso, não será acessível a todos, sendo assim, verei várias pessoas morrendo naturalmente e eu estarei fadado ao feitiço do tempo, onde o relógio vital estará sempre desprezando a alma de quem vive eternamente. Mais ainda: "Se viver eternamente significa ficar perambulando pela rede, acumulando informações e contruindo novos conhecimentos, isso se concretizará em monopólio de poder a serviço dos conscientes digitais?" Essa possibilidade é grande, pois como dizia Francis Bacon: "Conhecimento é poder", afinal, se nós seres humanos temos dificuldade com o poder, a História fala por si, imagine algo consciente na rede com alto grau de informação e conhecimento influenciando a bilhões, o que não poderá fazer? Por último: "Esta consciência digital é uma cópia fiel de sua origem?" Pode ser apenas uma fragmento do que ela já foi. Se isso for verdade, o viver eternamente cai por terra, mas como gostamos de uma falsa esperança, que custará caro para muitos, enfim, tudo é possível. Ainda tem o fato da complexidade do cérebro em muitas teorias que abrangem a fisiologia do sistema nervoso central e teorias que tentam desvendar a consciência juntamente com os pensamentos humanos. Diante da complexidade de fatos é melhor sempre desconfiar de um produto pronto e acessível a qualquer momento.
Acredito que viver eternamente é deixar legados ao longo da História. O que estamos deixando para as próximas gerações? Será que estou vivendo sendo apenas um cidadão de carteira assinada? Estou conseguindo extrair coisas boas no fracasso? Será que estão roubando a minha subjetividade? E tantas outras questões que realmente importa no viver eternamente diante de um relógio que só anda para frente e que sempre está ansioso para nos fazer encontrar com a finitude.
De todos os processos, o que mais me impressiona é a transferência de consciência e memória via download. Filmes como Chappie e Transcendence (Johnny Deep interpreta o personagem principal) trabalham bem esta questão de transferência de dados do nosso cérebro para a rede mundial de computadores. No filme Transcendence o personagem principal, após o download, tem acesso irrestrito a internet, capturando inúmeras informações, gerando manipulação de seres humanos, curas para diversas doenças, inclusive a construção de um novo corpo com as mesmas características que ele tinha quando estava vivo, entre outras coisas. O filme em si levanta questionamentos dentro da moral, da ética, das ciência, da filosofia e da religião. Gostaria de compartilhar alguns pensamentos com você: "Vale a pena viver eternamente?" Vejo a infinitude humana como uma vida cheia de mortes e angústias, pois viver tem um prazo biológico de renovação e evolução dos seres viventes. Além disso, não será acessível a todos, sendo assim, verei várias pessoas morrendo naturalmente e eu estarei fadado ao feitiço do tempo, onde o relógio vital estará sempre desprezando a alma de quem vive eternamente. Mais ainda: "Se viver eternamente significa ficar perambulando pela rede, acumulando informações e contruindo novos conhecimentos, isso se concretizará em monopólio de poder a serviço dos conscientes digitais?" Essa possibilidade é grande, pois como dizia Francis Bacon: "Conhecimento é poder", afinal, se nós seres humanos temos dificuldade com o poder, a História fala por si, imagine algo consciente na rede com alto grau de informação e conhecimento influenciando a bilhões, o que não poderá fazer? Por último: "Esta consciência digital é uma cópia fiel de sua origem?" Pode ser apenas uma fragmento do que ela já foi. Se isso for verdade, o viver eternamente cai por terra, mas como gostamos de uma falsa esperança, que custará caro para muitos, enfim, tudo é possível. Ainda tem o fato da complexidade do cérebro em muitas teorias que abrangem a fisiologia do sistema nervoso central e teorias que tentam desvendar a consciência juntamente com os pensamentos humanos. Diante da complexidade de fatos é melhor sempre desconfiar de um produto pronto e acessível a qualquer momento.
Acredito que viver eternamente é deixar legados ao longo da História. O que estamos deixando para as próximas gerações? Será que estou vivendo sendo apenas um cidadão de carteira assinada? Estou conseguindo extrair coisas boas no fracasso? Será que estão roubando a minha subjetividade? E tantas outras questões que realmente importa no viver eternamente diante de um relógio que só anda para frente e que sempre está ansioso para nos fazer encontrar com a finitude.


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