Tédio como ferramenta de mudança
Schopenhauer, filósofo alemão do século XIX, era considerado um pensador pessimista, pois o acadêmico não acreditava no amor como uma busca pela felicidade. Para tornar a tese de Shopenhauer mais acessível, pense no mundo atual, onde no consumismo desejamos comprar um smartphone que não é tão diferente do nosso. Pois bem, trabalhamos de forma árdua até encontrar a oportunidade de adquirir o tão sonhado smartphone. O dia D surge, o novo aparelho eletrônico finalmente está em nossas mãos. Enfim, o nosso desejo foi saciado, mas depois de um tempo, nós não estamos mais satisfeitos com o "novo aparelho", pois um "mais moderno" está no mercado. Mesmo sabendo que o aparelho publicado na mídia como "mais moderno" não é tão diferente assim do nosso que compramos a pouco tempo, nós insistimos em obter a novidade do mundo eletrônico. E o ciclo continua. O exemplo mencionado é conhecido na filosofia como amor platônico. Em resumo, a pessoa tem desejo por algo, quando conquista, logo despreza para buscar uma nova "coisa" para amar. No processo há um ciclo que gera frustração e tédio. É o pêndulo que permeia a tese de Shopenhauer. Nesse sentido, para o filósofo, o amor não tem nada haver com a felicidade. Sei que muitas pessoas vão pensar que o amor pode se apresentar de outras formas. O amor tem o seu lado bom. Entendo! Concordo! Mas há de convir que o pensamento de Schopenhauer não está fora do contexto da humanidade. Vamos para mais um exemplo, desta vez com os dilemas da existência. Segundo o livro de I Reis: 3-15, Salomão, personagem bíblico, filho do rei Davi, ofereceu mil holocaustos ao Senhor para obter discernimento. Deus agradando-se de Salomão, deu sabedoria e riquezas ao rei de Israel. Um desejo realizado pelo filho de Davi. Enfim, Salomão em êxtase. Entretanto, no início do livro de Eclesiastes, o jovem rei sábio mostra-se tedioso quanto a vida. Veja o que o mesmo relata: "Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade." E mais: "Geração vai e geração vem; mas a terra permanece para sempre. Levanta-se o sol, e põe-se ao sol, e volta ao seu lugar, onde nasce de novo." O que era alegria, tornou-se uma visão pessimista da existência. Como um ciclo de amor platônico.
No mundo pós moderno, mostrar sentimento de tédio é perigoso, pois criou-se normas do politicamente correto que visa uma sociedade sem sofrimentos. Desenvolvendo assim desinformações, enfraquecendo a inteligência emocional. Por isso vejo que alguns pensadores como Nietzsche e Schopenhauer, podem ser úteis na quebra de certas barreiras culturais que foram introduzidas na humanidade como forma de "proteção". Imagine você chegar para alguém e desejar infelicidades, o que acontecerá? Ou, você trocar uma festa de um amigo para ir ao velório de uma pessoa que você não conhece para refletir sobre a finitude da vida. Para a sociedade atual essas duas atitudes é loucura, mas para Nietzsche e Schopenhauer seria um bom começo para entender melhor a existência humana. Entendo se você não concordar, pois não quero vender uma verdade absoluta. Fico feliz com a sua divergência! Se você fica feliz com a minha divergência, então porque você escreveu este texto, para nada? Não! O intuito é sair do censo comum sem radicalismos, respeitando todas as opiniões. Quando pensei em tédio como ferramenta de mudança, arquitetei um arquétipo alternativo para fortalecer a inteligência emocional. Como assim? Saborear os tédios da vida é experimentar o amargo da existência. É vislumbrar o outro lado da realidade. É usar de ferramentas incomuns para observar o além do enxergável. É encontrar caminhos que levam a um potencial de agir construtivo. É surpreender positivamente. Enfim, é um período de desequilíbrio para aprender coisas novas sobre si e sobre o mundo que está ao nosso redor.
Imagine um mundo feliz, onde todos são cordiais. Nesse mundo ideal não tem problemas. É um conto de fadas realizado. Pergunto: Todos serão felizes? Duvido! Onde há seres humanos, sempre haverá insatisfações. Não somos uma colônia de clones de esponjas do mar. Ainda bem! Um mundo ideal também pode ser um mundo tedioso.
Apesar do tédio estar relacionado a uma visão de mesmice das coisas, ao mesmo tempo, esse sentimento pode ser usado na realidade para evitar esperanças desnecessárias.
Muitos discursos atuais são baseados em marketing da necessidade. Promete-se muito para fins de interesse pessoal. Esse contexto engloba a política e o consumismo. Se a felicidade é a única arma para enfrentar o marketing da necessidade, estaremos perdidos. Um pouco de tédio se faz necessário para refletir que números estatísticos, discursos políticos, demandas de serviços de mercado, são mesmices da vida moderna, sendo ciclos contínuos. Não posso ter esperanças de mudanças.
Se nada muda, tudo será sempre igual? Não. Nós mudamos. Anteriormente eu festejei o fato de alguém divergir do meu texto. Também digitei que não somos clones de esponjas do mar. Sentimentos vem e vão, seja doce ou amargo, vivenciá-los é evoluir.
Para terminar, citarei Gandhi: "Seja a mudança que você quer ver no mundo." Para isso não há desesperança. O sentimento de tédio me fez observar que a única transformação válida é em minha vida. Não há receita de bolo. Cada um tem a sua odisseia. Continuo desbravando os meus caminhos. E você?
No mundo pós moderno, mostrar sentimento de tédio é perigoso, pois criou-se normas do politicamente correto que visa uma sociedade sem sofrimentos. Desenvolvendo assim desinformações, enfraquecendo a inteligência emocional. Por isso vejo que alguns pensadores como Nietzsche e Schopenhauer, podem ser úteis na quebra de certas barreiras culturais que foram introduzidas na humanidade como forma de "proteção". Imagine você chegar para alguém e desejar infelicidades, o que acontecerá? Ou, você trocar uma festa de um amigo para ir ao velório de uma pessoa que você não conhece para refletir sobre a finitude da vida. Para a sociedade atual essas duas atitudes é loucura, mas para Nietzsche e Schopenhauer seria um bom começo para entender melhor a existência humana. Entendo se você não concordar, pois não quero vender uma verdade absoluta. Fico feliz com a sua divergência! Se você fica feliz com a minha divergência, então porque você escreveu este texto, para nada? Não! O intuito é sair do censo comum sem radicalismos, respeitando todas as opiniões. Quando pensei em tédio como ferramenta de mudança, arquitetei um arquétipo alternativo para fortalecer a inteligência emocional. Como assim? Saborear os tédios da vida é experimentar o amargo da existência. É vislumbrar o outro lado da realidade. É usar de ferramentas incomuns para observar o além do enxergável. É encontrar caminhos que levam a um potencial de agir construtivo. É surpreender positivamente. Enfim, é um período de desequilíbrio para aprender coisas novas sobre si e sobre o mundo que está ao nosso redor.
Imagine um mundo feliz, onde todos são cordiais. Nesse mundo ideal não tem problemas. É um conto de fadas realizado. Pergunto: Todos serão felizes? Duvido! Onde há seres humanos, sempre haverá insatisfações. Não somos uma colônia de clones de esponjas do mar. Ainda bem! Um mundo ideal também pode ser um mundo tedioso.
Apesar do tédio estar relacionado a uma visão de mesmice das coisas, ao mesmo tempo, esse sentimento pode ser usado na realidade para evitar esperanças desnecessárias.
Muitos discursos atuais são baseados em marketing da necessidade. Promete-se muito para fins de interesse pessoal. Esse contexto engloba a política e o consumismo. Se a felicidade é a única arma para enfrentar o marketing da necessidade, estaremos perdidos. Um pouco de tédio se faz necessário para refletir que números estatísticos, discursos políticos, demandas de serviços de mercado, são mesmices da vida moderna, sendo ciclos contínuos. Não posso ter esperanças de mudanças.
Se nada muda, tudo será sempre igual? Não. Nós mudamos. Anteriormente eu festejei o fato de alguém divergir do meu texto. Também digitei que não somos clones de esponjas do mar. Sentimentos vem e vão, seja doce ou amargo, vivenciá-los é evoluir.
Para terminar, citarei Gandhi: "Seja a mudança que você quer ver no mundo." Para isso não há desesperança. O sentimento de tédio me fez observar que a única transformação válida é em minha vida. Não há receita de bolo. Cada um tem a sua odisseia. Continuo desbravando os meus caminhos. E você?


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