A ignorância como marca da mudança
Sócrates foi um filósofo revolucionário. Em seus argumentos, o pensador nunca dava respostas prontas, pelo contrário, as suas inquietações estimulavam as mentes em busca da verdade. Aliás, para o método socrático o que valia era provocar neurônios confortáveis com as seguintes perguntas: O que é a verdade? O que é o bem? O que é a justiça? O que é coragem? O que parecia, e ainda parece, ser questionamentos banais do cotidiano, são pontos chaves de reestruturação do indivíduo e da sociedade. Se alguém respondesse as perguntas acima, ou outras de mesmo valor, logo em seguida, novas inquietações brotavam. O método socrático trouxe o homem de volta a si, ao mesmo tempo, elucidou ao próprio revolucionário da filosofia uma rara afirmação: "Sou o homem mais sábio de Atenas, porque só eu sei que nada sei." Um reconhecimento da própria ignorância, mesmo sendo considerado um sábio. Parece uma contradição, mas a iluminação da mente de Sócrates foi um exemplo de que o princípio da sabedoria está na humildade do nada sei, porque isso proporciona a busca pelo conhecimento para trazer a tona a luz da sapiência de construção sem fim do indivíduo perante a si, o mundo e a sociedade. Sei que nem sempre esse método socrático é encantador para todos, até mesmo pelo fato de não ter respostas prontas, como a sociedade pós moderna costuma abstrair como fonte de consumo, mas é um diferencial em um mundo que carece de reconhecimento da própria ignorância.
Quando não há reconhecimento da própria ignorância, o indivíduo corre um sério risco de viver na arrogância, onde a ciência dos fatos fica nublado, impedindo do(a) mesmo(a) observar o que ninguém enxergou, ou seja, ir além da verdade dos mitos e da limitação do óbvio. A mente fica aberta para novas experiências construtivas, sejam elas amargas, doces ou simplesmente desconhecidas.
A marca do reconhecimento da própria ignorância não é a acomodação intelectual do determinismo das condições naturais e sociais. A virtude está na busca do conhecimento como alavanca de mudança, ainda que comece como conta gotas de si mesmo(a). Como dizia Madre Teresa de Calcutá: "O que eu faço é uma gota no meio do oceano. Mas sem ela, o oceano será menor." Reforçando a ideia, Gandhi : "Seja a mudança que você quer ver no mundo." Contextualizando os termos, Sócrates não deixou nada escrito, porém, ele foi tão impactante que seu discípulo Platão o menciona em seus registros, levando-nos a idealizar o distribuidor de angústias como persona ímpar na Filosofia, o que demonstra a importância da marca do indivíduo no outro, deixando legados que são perpetuados de geração em geração (O corpo padece, mas as ideias vivem na posteridade).
Não nascemos prontos, temos oceanos de desconhecidos a explorar. Quanto mais profundo for, mais escuro ficará, porque estaremos desprovidos de luz de fonte externa. Diante da escuridão e do silêncio, reconhecendo a importância da energia luminosa, teremos duas opções, ou seja, ou voltamos para o conforto da superfície para a luz de terceiros ou continuamos a nossa jornada na escuridão da ignorância para encontrar a energia luminosa que pulsa da ação da busca pela compreensão do desconhecido que antes era inatingível. Escolhendo a segunda opção, voltamos diferentes para as nossas respectivas ilhas. Observamos as respectivas margens dos questionamentos aumentarem e os oceanos mais atrativos para mergulhos mais profundos.
Somos uma construção sem manuais. Quando a busca pelo conhecimento através do reconhecimento da ignorância cessa, limitamos a expansão das estruturas mentais ao quadrante do terreno do acabado e pronto, sem condições para algo surpreendente e inovador.
Sócrates sem internet ou livros infinitos, surpreendeu seus contemporâneos com questionamentos que o levou a julgamento pela "deturpação da moral e descredenciamento dos deuses", do qual resultou na morte do filósofo. Na verdade, não havia interesse por parte dos privilegiados que as pessoas saíssem da caverna (alegoria da caverna de Platão). Enfim, Sócrates foi condenado por um crime que nunca existiu, porque os moralistas espelhados não queriam governar sem controle populacional.
A ignorância como marca da mudança é uma ferramenta mental socrática que não segue manuais, e nem tem a pretensão de criar essas orientações em forma de passos para uma nova vida (conforme é feito hoje em palestras motivacionais), pelo contrário, não há regras, somente você, a ignorância e o desconhecido para explorar. Portanto, ao longo da ação na busca da verdade o que importa é a valorização do conhecimento como chave mestra que decodifica a essência das coisas.
O caminho está aberto a todos, estando pronto ou não, aí vamos nós.
Abençoada é a ignorância como marca da mudança. Amém!
Quando não há reconhecimento da própria ignorância, o indivíduo corre um sério risco de viver na arrogância, onde a ciência dos fatos fica nublado, impedindo do(a) mesmo(a) observar o que ninguém enxergou, ou seja, ir além da verdade dos mitos e da limitação do óbvio. A mente fica aberta para novas experiências construtivas, sejam elas amargas, doces ou simplesmente desconhecidas.
A marca do reconhecimento da própria ignorância não é a acomodação intelectual do determinismo das condições naturais e sociais. A virtude está na busca do conhecimento como alavanca de mudança, ainda que comece como conta gotas de si mesmo(a). Como dizia Madre Teresa de Calcutá: "O que eu faço é uma gota no meio do oceano. Mas sem ela, o oceano será menor." Reforçando a ideia, Gandhi : "Seja a mudança que você quer ver no mundo." Contextualizando os termos, Sócrates não deixou nada escrito, porém, ele foi tão impactante que seu discípulo Platão o menciona em seus registros, levando-nos a idealizar o distribuidor de angústias como persona ímpar na Filosofia, o que demonstra a importância da marca do indivíduo no outro, deixando legados que são perpetuados de geração em geração (O corpo padece, mas as ideias vivem na posteridade).
Não nascemos prontos, temos oceanos de desconhecidos a explorar. Quanto mais profundo for, mais escuro ficará, porque estaremos desprovidos de luz de fonte externa. Diante da escuridão e do silêncio, reconhecendo a importância da energia luminosa, teremos duas opções, ou seja, ou voltamos para o conforto da superfície para a luz de terceiros ou continuamos a nossa jornada na escuridão da ignorância para encontrar a energia luminosa que pulsa da ação da busca pela compreensão do desconhecido que antes era inatingível. Escolhendo a segunda opção, voltamos diferentes para as nossas respectivas ilhas. Observamos as respectivas margens dos questionamentos aumentarem e os oceanos mais atrativos para mergulhos mais profundos.
Somos uma construção sem manuais. Quando a busca pelo conhecimento através do reconhecimento da ignorância cessa, limitamos a expansão das estruturas mentais ao quadrante do terreno do acabado e pronto, sem condições para algo surpreendente e inovador.
Sócrates sem internet ou livros infinitos, surpreendeu seus contemporâneos com questionamentos que o levou a julgamento pela "deturpação da moral e descredenciamento dos deuses", do qual resultou na morte do filósofo. Na verdade, não havia interesse por parte dos privilegiados que as pessoas saíssem da caverna (alegoria da caverna de Platão). Enfim, Sócrates foi condenado por um crime que nunca existiu, porque os moralistas espelhados não queriam governar sem controle populacional.
A ignorância como marca da mudança é uma ferramenta mental socrática que não segue manuais, e nem tem a pretensão de criar essas orientações em forma de passos para uma nova vida (conforme é feito hoje em palestras motivacionais), pelo contrário, não há regras, somente você, a ignorância e o desconhecido para explorar. Portanto, ao longo da ação na busca da verdade o que importa é a valorização do conhecimento como chave mestra que decodifica a essência das coisas.
O caminho está aberto a todos, estando pronto ou não, aí vamos nós.
Abençoada é a ignorância como marca da mudança. Amém!



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