Aprendendo no silêncio

A vida só é possível com a presença de energia. O movimento vital faz parte de todas as etapas da existência. Quando se trata de seres humanos, expressamos a vida de várias formas possíveis, tais como: dança, poesia, arte, trabalho, música, tecnologia, solidariedade, enfim, manifestamos comportamentos de significados para dar sentido a nossa própria existência.
Em um mundo cada vez mais barulhento e veloz, fica difícil encontrar a concentração ideal para expressar significados de símbolos de relevância pautados em valores que dignificam a existência humana. Sendo assim, música, tecnologia, entre outras manifestações de comportamento, são diluídos no universo líquido dos homens, consequentemente, perdem-se as referências, gerando polarização de opiniões, onde prevalece apenas a verdade do eu, abafando sempre a verdade do nós.
O que me preocupa é o absolutismo no relativismo, ou seja, relativizar  um certo tipo de opinião, sem argumentação plausível, como se fosse a única verdade verdadeira. Neste contexto, a antítese da tese não é bem vinda.
Como gerar novos significados sem divergências argumentativas? Usando apenas a verdade do eu? Além disso, vale destacar que a convivência em uma sociedade barulhenta, veloz e líquida, produz intolerância com aqueles que apresentam um ritmo mais lento, pois muitos, principalmente a juventude da chamada geração Z, dizem se irritar com pessoas que não os atendem de imediato, pois não estão acostumados a processos mentais de análise gradual. Inconscientemente, pensam que não há diferenças entre as máquinas e os seres humanos. Querem respostas rápidas, como se as pessoas tivessem botões digitais que levam a expressões de memórias programadas.
Muitas coisas se desfazem com muita facilidade no mundo líquido, destacando dois aspectos: a paciência e o silêncio. Esperar sem ansiedade em um ambiente com ausência de barulho, pode ser perturbador para muitas pessoas, mas para outras pessoas, como eu, torna-se essencial, em momentos apropriados, para aprender sobre si, a sociedade, o mundo e o universo.
Tenho aprendido muito no silêncio! Seja lendo um livro, seja em reflexões, ou até mesmo falando pouco para ouvir mais. Muita coisa começa a fazer sentido quando converto as minhas experiências em significados. Mesmo que não aprenda no momento, sabendo esperar, o que está em oculto será revelado.

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