Psiu
O filósofo mítico e alquimista chinês Lao Tzu, essencializou o seguinte mantra: "A maior revelação é o silêncio." Transportando este lema para o nosso cotidiano, podemos pensar na quietude como um tipo de simplicidade de contato dotado de sensibilidade inteligível que vem perdendo valor em meio aos ruídos de comunicação.
O silêncio é uma ponte que se torna visível por intermédio da concentração, proporcionando exercitar o encontro com o conhece-te a ti mesmo. Uma percepção de sons oriundos do meio ambiente (pássaros cantando, o vento criando fluxo dinâmico nas folhas das árvores, a paisagem e etc). Além disso, existe o som suave mental da leitura, estimulando a imaginação, a intuição e os pensamentos em ousar a desvendar os mistérios da existência.
Os momentos silenciosos também servem como descanso da alma. Precisamos organizar ideias, planejar e até mesmo ficar um período de tempo para pensar em "nada". É saúde mental! Nem sempre é possível aproveitar esse ócio, pois somos doutrinados a ocupar o nosso espaço com atividades de sobrevivência (o trabalho é o exemplo maior). Como o silêncio não tem metas, não tem pressa e nem pressão de produtividade, basta um pouco de tempo com concentração para fluir pensamentos que norteiam o nosso papel nessa rede existencial. Em outras palavras, por que fazemos o que fazemos? (Título do livro de Mário Sérgio Cortella). O trabalho é o único meio de classificar-me como cidadão? Aliás, qual é o meu papel como cidadão? Qual será o meu legado para o mundo? Enfim, as questões ampliam a margem da ilha do conhecimento sobre o mar de ignorância que ronda o Homo sapiens.
Segundo Camilo Castelo Branco: "o silêncio é uma confissão." Fazendo uma adaptação ao texto, silenciar também é um exercício de debate entre a consciência, a moral e a ética. É um momento para quebrar preconceitos, refletir sobre as influências culturais que conduzem as escolhas, pensar sobre a possibilidade da ética ser maior que as leis, como também, meditar sobre as mazelas humanas. Por fim, propor estratégias de transformações de comportamentos que vão além do politicamente correto. Não é uma revolução universal, mas são micromudanças construtivas que se acumulam ao longo da vida.
Sentar em uma cadeira no quintal de casa, seguir para o trabalho em um transporte público sem celular e admirando a paisagem, lendo um livro que desafia a sua realidade, conversar sobre assuntos que não estão no script do cotidiano (o silêncio aqui não segue um conceito formal da palavra), entre outras práticas de quietude, representam o atemporal da simples conectividade com a existência que eleva o ser humano acima do automático. É um pensar sobre códigos e significados. É uma espiritualidade desprovida de conceito formal. Resumindo, é uma forma de busca de sentido para as coisas, com objetivo de humanizar o ser humano, tornando-o mais sapiens do que tecnus.
O ser humano diferenciou-se dos outros seres vivos pela capacidade de comunicação jamais visto na história evolutiva natural. Consequência do desenvolvimento cerebral que permitiu uma organização complexa de processamento e divulgação de ideias. Construímos pontes de comunicação e linguagem interpretativa do mundo com o advento da consciência. Tentamos explicar fatos com as lendas, filosofias, ciências ou religiões. Tudo isso começa na meditação sobre as coisas, seja sozinho ou acompanhado, usando o recurso do amor ao saber. Neste sentido, surge um questionamento: é mais propício construir conhecimentos existenciais e essenciais no silêncio de um ambiente concentrado ou na correria da competição e sobrevivência do dia a dia?
A nossa evolução não cessou, ela continua na expansão cósmica. Sendo assim, o que estamos fazendo com a nossa história? Sobrevivemos ou vivemos? O zoológico é uma lógica de projeção do nosso próprio cárcere intelectual? Como iremos romper o paradoxo entre vontade de liberdade e o gosto pelo controle? É possível viver sem sistemas? Como dizia Sócrates: "o que é coragem?". Quando se trata de existência e essência, os questionamentos brotam no solo fértil do pensamento. Para buscar sentido para estas sementes vivas, precisamos encontrar águas de irrigação em uma fonte localizada no silêncio informal de linguagens únicas do saber. Mas a cada jornada, o indivíduo terá que decifrar o enigma da esfinge: "que criatura pela manhã tem quatro pés, a tarde tem dois, e a noite tem três?" Caso não resolva o mistério, o ser pensante estará fadado ao estrangulamento da competição pela sobrevivência.
Sei que não é possível viver em ócio construtivo constantemente, pois o equilíbrio é a chave da vida. Entretanto, a busca desenfreada pela automação de processos padronizados vem descaracterizando o indivíduo em via de ser para um caminho de coisificação meritocrática. Por isso, venho trazer a memória o valor do silêncio, formal ou informal, como um meio simples de trocas, aprendizagens e construções de conhecimentos.
No fim das contas, somos uma incógnita orgânica complexa que busca, direta ou indiretamente, sentido no mundo. Cabe a cada um escolher a trajetória existencial, mas com a seguinte questão acompanhando o pensamento: "o que é existência?" Lógico, é mais do via a ser que precisa de silêncio para organizar as ideias no mundo de símbolos e significados. Então, psiu!
Se possível, leia o outro texto neste blog: "Aprendendo no silêncio."
O silêncio é uma ponte que se torna visível por intermédio da concentração, proporcionando exercitar o encontro com o conhece-te a ti mesmo. Uma percepção de sons oriundos do meio ambiente (pássaros cantando, o vento criando fluxo dinâmico nas folhas das árvores, a paisagem e etc). Além disso, existe o som suave mental da leitura, estimulando a imaginação, a intuição e os pensamentos em ousar a desvendar os mistérios da existência.
Os momentos silenciosos também servem como descanso da alma. Precisamos organizar ideias, planejar e até mesmo ficar um período de tempo para pensar em "nada". É saúde mental! Nem sempre é possível aproveitar esse ócio, pois somos doutrinados a ocupar o nosso espaço com atividades de sobrevivência (o trabalho é o exemplo maior). Como o silêncio não tem metas, não tem pressa e nem pressão de produtividade, basta um pouco de tempo com concentração para fluir pensamentos que norteiam o nosso papel nessa rede existencial. Em outras palavras, por que fazemos o que fazemos? (Título do livro de Mário Sérgio Cortella). O trabalho é o único meio de classificar-me como cidadão? Aliás, qual é o meu papel como cidadão? Qual será o meu legado para o mundo? Enfim, as questões ampliam a margem da ilha do conhecimento sobre o mar de ignorância que ronda o Homo sapiens.
Segundo Camilo Castelo Branco: "o silêncio é uma confissão." Fazendo uma adaptação ao texto, silenciar também é um exercício de debate entre a consciência, a moral e a ética. É um momento para quebrar preconceitos, refletir sobre as influências culturais que conduzem as escolhas, pensar sobre a possibilidade da ética ser maior que as leis, como também, meditar sobre as mazelas humanas. Por fim, propor estratégias de transformações de comportamentos que vão além do politicamente correto. Não é uma revolução universal, mas são micromudanças construtivas que se acumulam ao longo da vida.
Sentar em uma cadeira no quintal de casa, seguir para o trabalho em um transporte público sem celular e admirando a paisagem, lendo um livro que desafia a sua realidade, conversar sobre assuntos que não estão no script do cotidiano (o silêncio aqui não segue um conceito formal da palavra), entre outras práticas de quietude, representam o atemporal da simples conectividade com a existência que eleva o ser humano acima do automático. É um pensar sobre códigos e significados. É uma espiritualidade desprovida de conceito formal. Resumindo, é uma forma de busca de sentido para as coisas, com objetivo de humanizar o ser humano, tornando-o mais sapiens do que tecnus.
O ser humano diferenciou-se dos outros seres vivos pela capacidade de comunicação jamais visto na história evolutiva natural. Consequência do desenvolvimento cerebral que permitiu uma organização complexa de processamento e divulgação de ideias. Construímos pontes de comunicação e linguagem interpretativa do mundo com o advento da consciência. Tentamos explicar fatos com as lendas, filosofias, ciências ou religiões. Tudo isso começa na meditação sobre as coisas, seja sozinho ou acompanhado, usando o recurso do amor ao saber. Neste sentido, surge um questionamento: é mais propício construir conhecimentos existenciais e essenciais no silêncio de um ambiente concentrado ou na correria da competição e sobrevivência do dia a dia?
A nossa evolução não cessou, ela continua na expansão cósmica. Sendo assim, o que estamos fazendo com a nossa história? Sobrevivemos ou vivemos? O zoológico é uma lógica de projeção do nosso próprio cárcere intelectual? Como iremos romper o paradoxo entre vontade de liberdade e o gosto pelo controle? É possível viver sem sistemas? Como dizia Sócrates: "o que é coragem?". Quando se trata de existência e essência, os questionamentos brotam no solo fértil do pensamento. Para buscar sentido para estas sementes vivas, precisamos encontrar águas de irrigação em uma fonte localizada no silêncio informal de linguagens únicas do saber. Mas a cada jornada, o indivíduo terá que decifrar o enigma da esfinge: "que criatura pela manhã tem quatro pés, a tarde tem dois, e a noite tem três?" Caso não resolva o mistério, o ser pensante estará fadado ao estrangulamento da competição pela sobrevivência.
Sei que não é possível viver em ócio construtivo constantemente, pois o equilíbrio é a chave da vida. Entretanto, a busca desenfreada pela automação de processos padronizados vem descaracterizando o indivíduo em via de ser para um caminho de coisificação meritocrática. Por isso, venho trazer a memória o valor do silêncio, formal ou informal, como um meio simples de trocas, aprendizagens e construções de conhecimentos.
No fim das contas, somos uma incógnita orgânica complexa que busca, direta ou indiretamente, sentido no mundo. Cabe a cada um escolher a trajetória existencial, mas com a seguinte questão acompanhando o pensamento: "o que é existência?" Lógico, é mais do via a ser que precisa de silêncio para organizar as ideias no mundo de símbolos e significados. Então, psiu!
Se possível, leia o outro texto neste blog: "Aprendendo no silêncio."



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