Ser político: processo inacabado

Aristóteles disse: "o homem é naturalmente um animal político." O filósofo grego observou que o homem encontra a sua felicidade na comunidade organizada, ou seja, na pólis (cidade). E a partir disso, Aristóteles acreditava no fato de quem vivia fora da pólis era uma espécie de ser inferior ou um sobre-humano (divino). É neste ponto que tenho uma grande divergência com o filósofo grego, pois quem pode subjugar o homem em superior ou inferior? A participação privilegiada de alguns na pólis é o divisor de águas para definir o ser humano? Sei que muitos especialistas irão discordar destas questões, alegando que devemos contextualizar a época em que Aristóteles vivia, entendo, mas os meus questionamentos estão voltados para a aplicação do conceito de felicidade na pólis como algo específico apenas para a época atual, sem paralelos com o certo ou errado da origem de completude do homem na cidade grega antiga. Além disso, a democracia dos gregos antigos desprezava os escravos, as mulheres, os velhos e as crianças. Somente os homens privilegiados tinham voz e vez na participação ativa do "bem comum" da pólis. Neste contexto, o homem livre é soberano porque é senhor de si, enquanto os dotados de robustez física e pouco intelecto são aptos a obedecer. Um tipo de visão que rotula o ser humano em castas, onde o próximo domina o seu semelhante na força e na alienação. Enfim, a democracia como governo do povo seria, ao meu ver, o melhor modelo político, mas a aplicação de práticas contraditórias, que perpetua até os dias atuais, como uma roupagem nova que usa o velho tecido social de sempre, não respeita o povo. Para que o ideal democrático se torne real, seria necessário romper com a contradição e praticar o que diz a etimologia da democracia, ou seja, governo do povo (todo ser humano pertence a pólis, sendo assim, todos tem voz e vez).
A solução para resolver os problemas da democracia parece fácil, mas falar de política apenas usando Aristóteles como parâmetro seria reduzir a história em uma pequena página de uma enciclopédia gigante e complexa.
Para ampliar as ideias sobre as relações políticas humanas, Hobbes propõe um questionamento quanto ao pensamento de Aristóteles, a saber: "o homem é naturalmente um animal político?" Segundo Hobbes, não existe essa fala de que o homem é um ser naturalmente político. Em outras palavras, a associação política não é natural, é contratual ou pactual. E daí surge mais uma pergunta: "o que é a natureza humana?" Para Hobbes é desejo de glória, competição e desconfiança. Nisto  culmina na presença do Estado como uma contrato social para evitar a guerra de todos contra todos, pois o homem é o lobo do homem. Partindo deste princípio Hobbesiano, o medo e a razão fundamentam o Estado, funcionando como um contrato social de preservação da humanidade. Sendo assim, o indivíduo abre mão do direito ao ataque (estado de guerra de todos contra todos) para que o Estado receba esse direito como entidade que promove segurança para os cidadãos. Em resumo, se o  homem já nasce mau, ele não sabe viver em sociedade e precisa de um Estado autoritário, que dite as regras, as normas de convivência. Veja, em Hobbes a política consolidada no Estado não é algo natural (divergindo de Aristóteles), é um contrato social para evitar a nossa extinção. Uma visão de um Estado absoluto e opressor. Você vê alguma semelhança no Estado atual com o Estado de Hobbes ou é apenas uma coincidência histórica? E mais: o ser humano tem uma essência má e precisa ser oprimido para viver em sociedade? Devemos encontrar soluções fora do campo da violência. Como dizia Tancredo Neves: "não são os homens, mas as ideias brigam."
Um outro pensador contratualista chamado John Locke, considerado por muitos como o pai do liberalismo político, defendia a intervenção mínima do Estado na sociedade, limitando o poder da entidade estatal na vida das pessoas. Segundo Locke, o estado de natureza não é de guerra absoluta de todos contra todos (divergindo de Hobbes).  Para Locke, o estado de natureza é de relativa paz. O homem racional tem direitos naturais, tais como: vida, liberdade, felicidade e propriedade (antes do Estado, contrariando Hobbes). No pensamento do pai do liberalismo, cada um busque a felicidade. O Estado não é um grande leviatã (divergindo mais uma vez de Hobbes). O Estado é mínimo! A pessoa é dono de sua própria pessoa e dono do seu trabalho (critério de aquisição de propriedade). Neste sistema, o dinheiro é um facilitador dos bens comerciais. Sendo assim, o cidadão pode adquirir quanto de terra ele quiser, mesmo que haja discrepância de terreno de grandes proporções para uns e pequenas proporções, ou nenhum terreno produtivo, para outros. Esta prática é notória no mundo pós-moderno, o que dificulta a reforma agrária. Além disso, os membros do setor privado defendem o liberalismo de Locke e o neoliberalismo (incentivos ficais e privatizações das empresas estatais). No Brasil, os incentivos fiscais tornaram-se apenas isenções, ajudando a afundar alguns Estados em situação de calamidade. Sem contar as privatizações que não resultaram em maior eficiência, principalmente no setor de serviços. Mesmo diante de aumento e concentração de lucro com serviços e produtos cada vez piores, os neoliberais levantam a bandeira de uma intervenção mínima do Estado na economia, facilitando o livre comércio. Jessé Souza, no livro a tolice da inteligência brasileira,  discorre sobre o fato do setor privado usar o Estado como agente legitimador para os seus caprichos. Hoje, sabemos pela mídia que existem vários esquemas de corrupção  entre os setores público-privado. Enfim, o liberalismo econômico não é um mar de rosas.  É mais um modelo que faz parte do mundo político.
Para Locke, o contrato social serve para resolver conflitos imparcialmente (justiça), preservar os direitos naturais e proteger a sociedade. Ainda em Locke, o homem não fica submisso ao Estado, pelo contrário, o Estado é submisso aos direitos naturais.
Locke convergia com Aristóteles quanto a democracia com a câmara dos "comuns"(na verdade, burgueses). O Estado tem que garantir a liberdade de pensamento, expressão e culto (ideias defendidas na constituição, mas nem sempre são respeitadas).
Em Locke, conforme mencionado anteriormente, o Estado tem que garantir a liberdade de atividade econômica, preservar o bem comum e a propriedade.
Em uma visão bem mais soft de contrato social, Rosseau chutou o pau da barraca. Para o filósofo suiço, a cultura piorou o homem. Em suma, o homem é bom, mas foi corrompido pela sociedade.
No estado de natureza tínhamos o bom, o selvagem, o solitário, o livre, o feliz. Não possuíamos a moralidade social nos oprimindo como um grande leviatã (divergindo de Hobbes).
A propriedade privada é a origem das desigualdades, funcionando como um estado de guerra. A terra é de todos e também não é de ninguém (divergindo de Hobbes e Locke).
O contrato social de paz, segurança e justiça, foi uma espécie de traição para a humanidade, mantendo as desigualdades e o status quo (divergindo mais uma vez dos outros contratualistas).
Para Rosseau, o contrato social é de todos. A vontade individual está atrelaçada a vontade da sociedade.
Segundo o filósofo suíço, a pedagogia pautada no amor e carinho é fundamental na educação do cidadão livre, autêntico e autônomo.
A visão revolucionária e romântica de Rousseau não deu certo na França. Robespierre, personificação das ideias de liberdade e igualdade da revolução francesa, cujo o livro de cabeceira era o contrato social de Rosseau, ajudou diretamente na queda do absolutismo. A princípio parecia que a liberdade reinaria, mas a mesma guilhotina que decapitou o rei foi usada para decapitar os revolucionário. Ironia? Não! Tudo não passou de maquiagem política. Após a "revolução" foi instaurado o império napoleônico para consolidar a burguesia no poder, ou seja, a opressão continuou. Tanto sangue derramado para substituir  os grilhões  velhos e enferrujados por outros novos e mais modernos. Realidade e aparência sempre se misturam quando a luta por liberdade esbarra no poder.
Montesquieu, iluminista da nobreza francesa e admirador de Locke, trouxe a reflexão dois questionamentos: como os regimes políticos permanecem no poder? Como evitar as revoluções? Para responder estas questões, Montesquieu disseca as leis. Segundo o iluminista francês, a lei era legítima e imutável (finalidade divina - perfeita), mas uma nova concepção nascia, pois Montesquieu buscava novos conceitos na física newtoniana, deixando de lado a vontade divina. Sendo assim, a lei é a expressão das relações necessárias que derivam da natureza das coisas. Além disso, Montesquieu faz a separação entre religião e política, dando caráter científico a arte do diálogo.
Infelizmente, muitos não separam as crenças teológicas de um mandado político. Os eleitores e os eleitos que representam determinados segmentos religiosos, não são todos os casos, mas ocorre em grande proporção em vários países pelo mundo, militam pelos interesses que abrangem a ideologia teológica específica, misturando política com religião e desqualificando o princípio de equidade. Lembrando que um Estado laico, como dizia Montesquieu, separa política de religião. Isso não que dizer que um(a) religioso(a) não possa se candidatar, mas que o(a) mesmo(a) tenha em mente o discernimento da vida pública da vida privada. Fiscalizando e votando leis que interessam ao povo, mesmo que isso vá de encontro a sua ideologia pessoal, pois a(o) mesma(o) está ocupando um cargo que tem como base funcional a intermediação de conflitos e consciência dos problemas da cidade para que possa dialogar da melhor maneira possível para resolver esses grandes dilemas de forma descentralizadora. O mais difícil nesta história é tornar a teoria em prática, pois como disse anteriormente, quando o assunto é poder, a aparência se torna realidade. Voltando a Montesquieu, o pensador francês, no livro o espírito das leis, fala sobre leis positivas criadas pelos governos como códigos de acordos com a sociedade, especificando as leis segundo o clima, o território, o comércio e o costume local. Neste sentido, vejo que o fenômeno da globalização avançada vem favorecendo a padronização e o controle das leis em prol da uniformização das coisas, sem respeitar a especificidade de cada região. Tudo tem que ser de acordo com normas globais. Este fato vem ocorrendo na ditadura da beleza, no vestuário, na educação, na saúde, na segurança, enfim, em várias esferas, tornando a igualdade em uma injustiça, pois não há respeito ao ser humano como indivíduo que influencia e foi influenciado por costumes específicos. Não quero expressar uma opinião contrária a certas leis universais (direito a vida, dignidade, entre outras normas globais), mas divergir da padronização e controle de poucos sobre muitos. Fica fácil para os representantes do mercado financeiro e dominadores sociais usarem  ferramentas tecnológicas para ditarem o ritmo mundial. Além disso, a padronização global exclui muitos que não se encaixam nesse modelo meritocrático, porque usam do princípio básico do darwinismo social do mais apto sobrevive e o menos apto morre. Imagine quantos notáveis são desperdiçados neste sistema meritocrático que favorece mais aquele que pode ser controlado. Nada é por acaso, tudo é planejado nos mínimos detalhes por pessoas privilegiadas na sociedade. Sempre foi assim. Veja que até aqui os pensadores mencionados no texto que influenciaram a nossa vivência política em sociedade tinham tempo para estudar e refletir sobre questões que ainda fazem parte da pólis pós-moderna. Enfim, voltemos ao raciocínio de Montesquieu. Segundo o iluminista francês, as mudanças de paradigmas de regime precisam de um tempo. Veja o exemplo da revolução francesa, mencionada anteriormente, passou do regime absolutista para o regime imperialista sem tempo suficiente para o povo saborear e organizar uma verdadeira república. A isto também cabe uma reflexão sobre o Brasil que viveu vinte e um anos de ditadura e passou para chamada "nova república". De 1985 até 2018 passamos por dois processos de impeachment de presidentes, inflações exorbitantes, mudança de moeda, corrupções, alienações, injustiças sociais, entre outras mazelas. Somente nos últimos anos os brasileiros vem debatendo política. Isso significa que ainda estamos passando por um período de mudanças de paradigmas para uma "nova república"? Se Montesquieu respondesse, provavelmente diria sim. Ao meu ver, só o tempo mostrará a verdade. Traçando um paralelo com a Austrália, que foi colônia e um grande presídio no passado, tem uma realidade diferente do Brasil. O maior país da Oceania, ao contrário do maior país da América do Sul, é desenvolvido. Se Montesquieu estiver certo, me atrevo a concluir que o povo australiano estão bem mais adaptados as mudanças de paradigmas do que o povo brasileiro.   
Montesquieu defendia a ideia de harmonia, equivalência e separação de poderes  como uma das formas de evitar as revoluções que levam a tirania. Hoje, com a mídia digital, fica evidente o jogo de interesses entre os três poderes. É o executivo negociando cargos com o legislativo em troca de aprovações de licitações, projetos de leis de interesses próprios e de interesses do setor privado. É o legislativo aprovando as contas de um governo corrupto. Além disso, o judiciário comete injustiças de rigor criminal entre um político corrupto e um criminoso anônimo no cenário social. Os três poderes são coniventes com a corrupção e a burocratização de um sistema que emperra a evolução política no país. Quanto a desarmonia e interesses escusos dos poderes, Montesquieu alerta sobre um possível estopim de revolução tirânica, que ao meu ver não melhorá em nada o que já está. Conforme eu afirmei anteriormente, quando se esbarra no poder a aparência vira realidade. O que fazer? Acredito que o problema está no indivíduo. Não adianta mudar o sistema político se o ser humano não muda os seus próprios paradigmas. Mesmo que alguém não aguente mais viver nas leis que regem a sociedade, venha radicalizar e a partir de agora viva na natureza caçando, pescando, tomando banho de rio, entre outras coisas, ele(a) viverá no sistema natural com os mesmos dilemas que ele(a) carrega dentro de si, ou seja, não adianta fugir daquilo que está dentro do indivíduo. Sempre estaremos dentro de algum sistema, seja natural ou social. Se tiver que mudar alguma coisa, que mude o indivíduo. O caminho para tal fato encontra-se na educação do diálogo (política propriamente dito).
Através da visão de Montesquieu, a Inglaterra instituiu a monarquia constitucional parlamentarista. Apesar de acumular alguns títulos, a rainha Elizabeth fica como uma figurante política nesse sistema, funcionando como um símbolo de soberania e de encontros com Chefes de Estado e o parlamento inglês (se houver necessidade). Ao meu ver é apenas mais uma maquiagem política que capta recursos do povo britânico para manter uma realeza sem relevância no cotidiano do cidadão. Como dizia o sábio Salomão: "tudo é vaidade."
Ainda Passeando pelas ideologias estruturais da política, não posso deixar de mencionar Maquiavel. Nicolau foi um diplomata que defendia a unificação da península italiana com um único governo. Desejando tal fato, Maquiavel escreveu um livro chamado o príncipe. Em seus escritos, o diplomata italiano descreve sobre a importância da autonomia política em relação a moral. Para um governante se manter no poder é preciso se desvincular da moral cristã (piedade, verdade, honra e compromisso). Para Maquiavel, o bom político tem que ter virtú (sagacidade, inteligência, articulação de palavras, astúcia). Se usar a virtú, a fortuna (sorte) o seguirá. Na minha visão de povo, é uma política de aparências. Uma prática comum dos políticos quando querem se manter no poder. A mentira apresentada como verdade é a filosofia do status quo que muitos políticos apresentam a população como solução para as necessidades do povo. É algo antigo que perpetua como uma peste que contamina a consciência de muitos eleitores e eleitos. Muitos especialistas, conforme eu já tinha mencionado quando emiti a minha opinião sobre Aristóteles, irão me questionar em relação a parcialidade histórica, dizendo que preciso contextualizar o fato de que Maquiavel vivia em uma época de muita divisão na Itália. O príncipe seria apenas um manual temporário para unificação da península, pois o objetivo final é a república. Não dava para unificar a península italiana com a democracia. Eu pergunto: será que temos que usar a tirania para mudar as coisas? Ao meu ver, falta enxergar além do horizonte. É a busca por alternativas novas. Os modelos políticos precisam de reformulações. O futuro é uma estrada de caminho incerto. A estrada precisa de uma construção de novos valores. Dá trabalho, mas é o início da mudança.
Para terminar o nosso passeio pelas ideologias estruturais, deixo como registro Sun Tzu. O estrategista militar chinês nos legou algumas orientações de sucesso no mundo das batalhas que foram registrados em um livro chamado a arte da guerra. Em uma de suas citações, Sun Tzu menciona: "se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo, nem a si mesmo, perderá todas as batalhas." Transferindo o conhecimento de guerra para a política: como vou esperar mudanças reais se eu votei em alguém que não conheço? Não pesquisei, não aprofundei e nem especifiquei a história política do indivíduo que depositei o meu voto. E o pior: como esperar transformações na política se eu mesmo não reconheço com totalidade a minha função como eleitor? As vezes culpamos apenas os governantes. Qual o nosso envolvimento nesse processo? É apenas votar? Não conhecer o candidato e não se conhecer como ser político é desastroso no processo de vivência em sociedade.
Em uma outra menção, Sun Tzu disse: "Se as ordens não são claras, era culpa do general que os soldados não obedeciam. Mas se as ordens fossem claras, era culpa dos oficiais subordinados se as ordens não eram obedecidas." Na sociedade pós-moderno essa máxima vale no sentido de sempre se achar o culpado por tudo. Uma caça as bruxas por tudo que é fracasso. Entendo que existem coisas que fogem a nossa ação de escolha, mas tem situações em que nós provocamos, direta ou indiretamente, o desastre, ou até mesmo o sucesso. Para assumir determinadas consequências, precisamos desenvolver autocrítica e autorresponsabilidade. Essa construção de relação intrapessoal passa pela autonomia de pensamentos que vai além do senso comum. É um estado de senso crítico. Quando não há uma autocrítica, refletimos as nossas responsabilidades nas pessoas, tornado possível o que disse Sartre: "o inferno são os outros". Na verdade, a maior parte do inferno encontra-se na própria pessoa.
Infelizmente, política e guerra fazem parte de nossa história. Diante desse processo, Sun Tzu disse: "evite a força, ataque a fraqueza." Os norte-americanos conheceram bem essa lição. Na guerra do Vietnã, o governo do Tio Sam enviou tropas para ajudar o seu aliado, Vietnã do Sul, que estava em conflito com o Vietnã do Norte. Em um número muito maior, os soldados estadunidenses tomaram uma surra dos vietcongs que tinham menos combatentes e menos poderio bélico. O segredo do sucesso foi a estratégia de evitar a força e atacar a fraqueza. Os vietnamitas do norte conheciam o terreno, além disso, usou de agentes para captar informações da distribuição das tropas norte-americanas. Com as informações, os militares do norte do Vietnã emboscaram as tropas estadunidenses. Depois de um tempo, selou-se a guerra. Trauma que os norte-americanos externam constantemente em filmes e séries. No final da guerra, foram contabilizados muitos mortos. Muito sangue derramado em troca de quê? Não há honra e glória nas guerras no plano geopolítico. Só há interesses por poder!  Muitos inocentes morrem com a ideia de que estavam defendendo o país. Vendem informações de heroísmo, defesa da soberania nacional, patriotismo, entre outros engodos. Na verdade é que antes de nação, vem o ser humano. Pensando desta forma, todo ser humano vivendo em qualquer país é o meu semelhante, pois pertencemos a mesma espécie, sendo assim, o inimigo é a ideologia vendida e não o outro ser humano diferente de mim (mas que tem a mesma ancestralidade em comum).
Na arte da guerra vem escrito: "que os planos sejam impenetráveis como a noite. Depois, ataque como um raio." Quantas vezes os membros do congresso nacional se reuniram as escondidas para aprovar algo que atinge diretamente o povo. Quando a informação chega, o prejuízo já está instalado. Segredo e surpresa são duas armas utilizadas na arte de enganar o povo.
Poderia citar e comentar outros pensadores, mas até aqui deu para notar que vivemos um mosaico de ideias estruturadas e contextualizadas com a história, como um ciclo de variáveis pré estabelecidas por pessoas privilegiadas que tiveram tempo para pensar em modelos a serem seguidos. Entretanto, o ser político é uma obra inacabada. Podemos construir novas ideias, fora das variáveis do ciclo, como legado para as gerações futuras. Não precisamos de retrotopia para resolver os dilemas da política. Só precisamos visualizar além do horizonte de eventos previsíveis. A chave da mudança está no próprio ser inacabado. Vamos aproveitar o futuro incerto para escrever uma nova história na política. Sem radicalismos e sem paixões ideológicas, podemos substituir o fardo pesado das leis em ética autoconsciente de construção de novos valores para todos. A educação pode ser o primeiro passo para essa mudança. Tudo é um processo de longo prazo. Precisamos plantar essa semente no presente para colher os frutos em um futuro vindouro.
Após ler o texto, talvez você apresente divergências sobre os pensadores ou sobre os meus comentários ao longo do conteúdo. Se isso for verdade, parabéns! O ser político diverge e procura ser empático nas convergências. De alguma forma ele entende que a história não acaba aqui, pois o inacabado faz parte do processo. O importante é buscar no passado as referências do presente para entender o que está acontecendo e, se possível for, buscar novidades que venham fugir do feitiço do tempo da mesmice na política.
Gostaria de finalizar o texto escrevendo sobre as referências da pesquisa na citação dos pensadores. Foram livros, site do brasilescola, as aulas no youtube do prof. Anderson e um documentário do canal History que ajudaram diretamente na descrição dos autores mencionados ao longo dos escritos. Já os comentários, fica por conta do próprio que vos escreve. 






































   

Comentários

Postagens mais visitadas