Verdade ou direito à verdade?
A busca pela verdade é um direito humano. Segundo esta elucidação, a ausência de mentira promove o fortalecimento das relações interpessoal e intrapessoal, facilitando a comunicação com o conhecimento e a estabilização de estados democráticos, mediante a expansão de um ponto continuativo para outro ponto continuativo, sem fechar o texto histórico em um parágrafo solto de um conceito de verdade absoluta nas sociedades civil e jurídica. Sendo assim, o direito à verdade entra em cena como uma extensão oculta, e muitas vezes contraditória, da verdade. Vamos ao exemplo: digamos que um cidadão ao sair de casa seja abordado por um indivíduo armado perguntando sobre o zezinho. O cidadão assustado fornece uma informação falsa dizendo que não conhece o sujeito citado. Tempos mais tarde, o cidadão descobre que salvou a vida de seu vizinho, o zezinho, pois o indivíduo armado estava rondando o bairro para matá-lo. Neste caso, o cidadão mentiu ou não? Para muitos, sim, para mim, não. Ao meu ver o indivíduo armado não tinha o direito de saber o paradeiro de zezinho, ou seja, houve ausência de mentira pelo fato do cidadão analisar o caso e prevê algo pior. Por isso, o direito à verdade foi preservado mediante a intervenção, mesmo que seja por informação desprovida de verdade do senso comum, para impedir um assassinato.
Observando o caso fictício relatado, muito iriam sugerir que o cidadão poderia omitir a informação. Tudo bem, seria mais uma opção, porém, a omissão acarretaria em uma suspeita de que o zezinho mora naquele bairro, promovendo a verdade sem direito à verdade. Então que dizer que a mentira é a mesma coisa que direito à verdade? Não! A resposta está na desvinculação do senso comum para a contextualização analítica das situações diversas que fazem parte da dinâmica da sociedade. A pergunta que melhor cabe a esta situação é: verdade ou direito à verdade? Pois nem sempre as duas se conciliam nas vertentes das situações.
A busca da verdade pela verdade precisa de mais aprofundamento. Só saber as coisas não basta. O joio da mentira pode ser lançado fora pelo sopro do direito à verdade. É um modelo de conhecimento que sai da mesmice de encontrar a verdade na aparência para questionar o que é realidade.



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